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Bancários cobram negociação sobre portas de segurança em todas as agências

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O aumento do número de assaltos nas agências bancárias não é apenas um dado estatístico. Diariamente os 400 mil bancários e milhares de pessoas atendidas nas agências estão expostas aos riscos da falta de segurança, que deixa vítimas em todo o país.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região está enviando cartas às direções dos principais bancos para solicitar uma negociação com cada instituição financeira com o objetivo de estabelecer o compromisso de instalação de portas de segurança com detectores de metal em todas as agências bancárias.

A entidade busca medidas práticas que possam reduzir os riscos de assalto a bancos e garantir mais segurança para bancários e clientes. “Porta de segurança em pleno funcionamento e com manutenção permanente é um item fundamental para proteger a vida de trabalhadores e usuários de bancos”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato, que destaca que essa briga é histórica e já trouxe resultados.

Histórico - Na década de 90, o Sindicato liderou uma campanha pela obrigatoriedade da instalação das portas de segurança. Graças à insistência dos bancários, entre 1991 e 1994, os bancos tinham equipado 25% das agências bancárias com o novo sistema o que reduziu em 37% o número de assaltos no período entre 1990 e 1993.

No final de 2005, a pressão da categoria fez com que o então prefeito José Serra vetasse legislação que estipulava o fim das portas giratórias. De acordo com o autor do projeto, vereador Dalton Silvano (PSDB), a porta era um incômodo para os clientes. Atualmente para deixar as agências mais “bonitas” ou economizar gastos com manutenção, algumas instituições estão implementando novo layout,que implica na retirada das portas ou inauguração de agências sem o equipamento.

“O treinamento adequado dos vigias e portas de segurança em perfeito funcionamento diminuiriam o desconforto dos clientes barrados pelas portas. Os bancos não devem economizar recursos ou mal utilizá-los em uma questão tão nobre. O objetivo do equipamento é reduzir o número de assaltos e proteger a vida de bancários e clientes”, reiterou.

Lei Federal 7.102/83 - A legislação exige que os estabelecimentos bancários, para funcionar, cumpram dois itens básicos: a presença de vigilantes preparados e a instalação de sistema de alarme. A terceira requisição pode ser escolhida entre o circuito interno de TV, o sistema de retardo à ação dos marginais – interpretado como porta giratória ou o equipamento que impeça a abertura imediata do cofre – e a cabina blindada.

Dados - Entre 2005 e 2006, o número de assaltos a bancos em São Paulo teve aumento de 82%. Outro reflexo do descaso é verificado por meio das multas aplicadas pela Polícia Federal às instituições financeiras por desrespeito à legislação de segurança do setor. Somente em dezembro de 2006, os bancos pagaram aproximadamente R$ 985 mil em multas, valor 11 vezes maior do que o desembolsado em junho do mesmo ano.
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