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O desconto pegou todos de surpresa e houve casos de bancários que receberam valores até oito vezes menores do que esperavam. Os protestos aconteceram também em todo o país e foi dada preferência para agências Premier, que têm altos investidores entre seus clientes.
Em São Paulo, os bancários usaram narizes de palhaço como forma de mostrar sua indignação. Muitos trabalhadores estão tendo de sustar cheques porque contavam com o dinheiro que iriam receber. Outra preocupação é que cheque sem fundos é motivo de demissão nos bancos.
“A PLR é um direito e não pode ser descontada de programas próprios. Queremos que o banco marque o quanto antes uma negociação para tratar do assunto com os trabalhadores”, afirma Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Veja depoimentos de bancários
“Teve gerente chorando quando abriu o holerite.” “A sensação é de que fomos enganados, feitos de palhaço.” Essas frases, de bancários do HSBC, refletem o sentimento que impera na área comercial do banco na sexta-feira, dia 27. Sem ter avisado previamente os gerentes, o banco descontou do pagamento da PLR, os valores já pagos durante 2008 a título de PSV. “Isso nunca havia acontecido antes, a gente sempre recebeu os valores do programa de remuneração todo mês quando ultrapassava as metas e, depois, a PLR inteira”, afirma uma gerente do HSBC que não será identificada.
Ela explica que, por não saberem que o banco ia efetuar o desconto, muitos bancários já haviam comprometido os valores que esperavam receber agora. “O pessoal já tinha se endividado. Eu, por exemplo, estava esperando receber no mínimo R$ 6 mil, e recebi só R$ 1,7 mil. Sei de gente que calculava que ia receber mais de R$ 8 mil e ganhou R$ 900. Ficou todo mundo desesperado e muito revoltado. Foi uma correria danada para sustar cheques”, afirmou a gerente.