São Paulo - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual. Baixou de 10,5% para 9,75% ao ano, diferentemente do que esperava a maioria dos analistas financeiros. De acordo com a pesquisa Focus, divulgada na segunda-feira 5 pelo BC, o mercado apontava para redução de 0,5 ponto percentual.
Há quinze reuniões e quase dois anos a taxa não chegava à casa de um dígito. É o nível mais baixo desde abril de 2010 (9,5%). Foi a quinta redução seguida, mas desta vez a decisão não foi unânime: foram cinco votos pelo corte de 0,75 ponto e dois por uma queda menos intensa, de meio ponto.
Em nota divulgada ao fim da reunião, o Copom ressaltou que “dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 9,75% ao ano, sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,5 ponto percentual”.
A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, reforça a importância e apoia a redução. “Toda a economia ganha com a queda”, afirma a dirigente.
A redução da taxa que remunera os títulos públicos depositados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) beneficia o consumidor que depende de financiamentos, o empresário que pode investir e gerar empregos, bem como o trabalhador, a atividade produtiva em geral e o crescimento sustentável da economia.
Bancos – Para o investidor, no entanto, o cenário com juros menores não é o melhor já que o aumento da rentabilidade, nesse caso, está diretamente associado a juros maiores. Para os banqueiros, juros mais altos também são mais interessantes porque ganham com títulos públicos na rolagem da dívida imobiliária e contratam empréstimos externos, a juros baixos, para internalizá-los e ganhar com a taxa básica, que continua sendo a mais alta do mundo.
Embora a Selic sirva para balizar as taxas de juros cobradas pelo sistema financeiro nacional (SFN) e nos financiamentos do comércio em geral, os juros bancários mostram total discrepância com a decisão do Copom. De acordo com pesquisa da Fundação Procon de São Paulo, no mês passado, a taxa média dos sete maiores bancos no empréstimo pessoal era 5,87% ao mês, ou mais da metade do que a Selic cobra no ano. E a taxa média do cheque especial era 9,53% ao mês.
Histórico – Foi a décima reunião do Copom no governo Dilma e sob o comando de Alexandre Tombini no BC. As cinco primeiras acumularam elevação de 1,75 ponto percentual, enquanto as cinco seguintes resultaram em corte de 2,75 pontos. Os aumentos aconteceram em um momento de contenção da atividade, principalmente por causa da inflação. Depois, à medida que a economia “esfriou”, talvez acima do esperado, o BC voltou a reduzir a taxa básica.
Redação, com informações da Agência Brasil e Rede Brasil Atual - 8/3/2012 (Atualizado às 18h14)
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Comitê de Política Monetária baixou a Selic em 0,75 ponto percentual, queda de 10,5% para 9,75% ao ano
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