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Aumento real para 95% das categorias em 2012

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Resultado foi o melhor da série histórica do Dieese; bancários conquistaram reajuste acima da inflação pelo nono ano seguido
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São Paulo – Cerca de 95% (94,6%) das negociações salariais que ocorreram durante o ano passado resultaram em ganhos reais, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Os bancários estão neste grupo, com aumento de 2% acima da inflação em 2012, o nono ano seguido que a categoria conquistou aumento real.

Se considerarmos os reajustes iguais ao INPC, o índice sobe para 98,7%, segundo pesquisa divulgada na manhã de quarta 20. Foram analisadas 704 unidades de negociação da indústria, comércio e serviços.

Os dados colocam 2012 como o ano mais expressivo em termos de reajustes acima da inflação desde 1996. Antes, o melhor era 2010, com 87,8%. Naquele ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5%, a maior taxa em mais de duas décadas. A atividade econômica é um dos fatores considerados na análise do resultado das negociações, que inclui ainda fatores como inflação, taxa de desemprego e a própria mobilização sindical.

Setores - Entre os setores econômicos pesquisados, a indústria foi o que teve melhor desempenho, com aumentos reais em 97,5% dos casos, no ano de 2012. Também foi o único a não apresentar reajustes abaixo da inflação. No comércio, aproximadamente 96% das negociações resultaram em reajustes acima da inflação, 1% obtiveram correção salarial em valor igual à inflação e 3%, em valor abaixo. No setor de serviços, cerca de 90% das categorias conquistaram aumentos reais, 8% tiveram reajustes iguais à inflação e quase 3%, abaixo.

Nos três setores, a maior parte dos reajustes de 2012 se concentrou nas faixas de aumento real de até 3%. Na indústria e no comércio, a maior incidência se deu entre os ganhos de 1,01% a 3%, e nos serviços, entre 0,01% e 2%. Ganhos reais acima de 3% foram observados em 14% das negociações dos serviços, 12% da indústria e 7% do comércio.

Na comparação por tipo de instrumento normativo assinado para obtenção de reajustes salariais, 96% das convenções coletivas de trabalho – que abrangem toda ou parte de uma categoria profissional, conquistaram aumento real. Entre os acordos coletivos de trabalho – assinados por entidades sindicais de trabalhadores e empresas, a ocorrência de aumentos reais foi menor, em cerca de 86% dos casos. O valor médio dos aumentos reais nas convenções coletivas de 2012 foi de 2,09% e nos acordos coletivos foi de 1,13%.

O Dieese distingue dois períodos distintos nas negociações salariais. O primeiro vai de 1996 a 2003, quando os reajustes abaixo da inflação eram majoritários. De 2004 em diante, passam a predominar os acordos com índice acima da variação do INPC.


Redação, com informações da Rede Brasil Atual e da Agência Brasil - 20/3/2013

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