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Itaú deixa bancários na mão em pleno verão

Linha fina
Aparelhos de ar-condicionado quebrados virou rotina em agências da instituição financeira durante a estação mais quente e Sindicato está preocupado com a saúde dos trabalhadores
Imagem Destaque

São Paulo – Desde que o verão começou, em 21 de dezembro, funcionários do Itaú encaram um desafio. Trabalhar com roupa social em agências sem ar-condicionado.

No fim do ano, o Sindicato denunciou o problema nos aparelhos em diversas agências de instituições financeiras, os bancários colocaram a boca no trombone para denunciar a condição precária e unidades foram fechadas até que o problema fosse resolvido. Com a queda de temperatura no fim de janeiro, o problema foi amenizado, mas não resolvido.

Um exemplo foi a necessidade do fechamento de uma agência na zona norte nesta quinta-feira 7. A diretora do Sindicato Márcia Basqueira esteve no local na quarta-feira 6 e constatou o problema. “A agência é pequena, e estava lotada na véspera do quinto dia útil. Com a temperatura alta, o clima era insuportável, tanto para clientes quanto para os funcionários”. A dirigente sindical entrou em contato com o relações sindicais do Itaú. “Comunicamos que fecharíamos a agência caso o problema não fosse resolvido”.

Na manhã desta quinta, ao chegar no local, antes mesmo da abertura da unidade, Márcia verificou que o motor do aparelho foi retirado para conserto e o banco providenciou ventiladores. Para ela, a medida não seria o suficiente, uma vez que os ventiladores circulariam o ar quente dentro do local. Portanto, o impedimento da abertura da agência.

A temperatura na cidade, segundo o site Climatempo, chegou a 32 graus na quarta e nesta quinta-feira. “O que exigimos do banco é condição de trabalho”, ressalta Márcia.

Um funcionário de outra agência do Itaú na zona leste conta que precisou enfrentar o problema em sua agência até a intervenção do Sindicato, que fechou a unidade e só reabriu após a instalação de novos aparelhos. “O banco cobra nossos resultados, mas não temos suporte para atender clientes diante de situações como essa. Durante os dias com o aparelho quebrado, ficamos irritados, o que pode atrapalhar a concentração e impedir que o trabalho seja efetuado da melhor maneira”. Ele conta que a área em que trabalha fica cercada de vidros, e quando a unidade abria, com a posição do sol atingindo o local, o clima já era insuportável. “Não dava para colocar gravata. Arregaçada as mangas da camisa e os braços colavam na mesa, por conta do suor”, relata.

E a saúde? – Para a médica pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno, o conforto térmico no ambiente de trabalho é dado pela ventilação, pela temperatura, pela umidade do ar. “O ar condicionado quebrado aumenta muito o desconforto e pode causar mal estar. Nos casos de mau funcionamento prolongado, pode haver proliferação de ácaros, o que depende de umidade e ventilação, o que pode desencadear processos de vias aéreas”, explica a médica.

Quebrou? Denuncie! – Santana, Pari, Barra Funda, Sapopemba e agências do Itaú de outras regiões já foram fechadas pelo Sindicato desde o início do ano por apresentarem problemas no ar-condicionado. Sem contar as unidades flagradas pelo Sindicato sem condições de trabalho em novembro e dezembro de 2012.

O verão vai até o fim de março, época em que as temperaturas, mesmo em dias chuvosos, ficam abafadas, principalmente em unidades que recebem um fluxo muito grande de clientes.

Os bancários devem denunciar a falta de condição de trabalho ao Sindicato. A comunicação pode ser anônima via Central de Atendimento Telefônico, pelo 3188-5200. Também é possível enviar mensagem por e-mail, clicando aqui https://spbancarios.movidesk.com/kb e escolhendo o setor “site”. É importante colocar o endereço da agência para que representantes do Sindicato averiguar.

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Gisele Coutinho – 7/3/2013

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