Em negociação realizada nesta terça-feira 18, o Sindicato, por meio da COE Itaú (Comissão de Organização dos Empregados do Itaú), cobrou o banco sobre questões que afetam os bancários como o monitoramento do trabalho remoto, fechamento de agências, realocação dos trabalhadores das unidades encerradas, além da avaliação dos mesmos, entre outros pontos.
Teletrabalho
A COE Itaú apresentou ao banco ofício em que listou os principais problemas relacionados ao controle do trabalho remoto e às práticas de monitoramento que resultaram na demissão em massa realizada no início de setembro.
“Reiteramos para o banco que tais práticas são invasivas, violam a privacidade dos trabalhadores e geram insegurança permanente”, relata a diretora executiva do Sindicato e coordenadora da COE Itaú, Valeska Pincovai.
Diante das cobranças, o Itaú se comprometeu a construir, de forma conjunta com a representação sindical, cláusulas que garantam proteção real, mecanismos de transparência e feedbacks estruturados aos trabalhadores, indispensáveis para evitar arbitrariedades.
Fechamento de agências
Na reunião, o Itaú confirmou o fechamento de 241 agências em 2025, com 9 unidade que ainda serão encerradas este ano. O banco ainda anunciou que outras 46 unidades estão em fase de encerramento e terão as atividades encerradas em 2026.
De acordo com os dados apresentados pelo banco, 2.247 trabalhadores foram impactados pelo encerramento das atividades das 241 agências já fechadas em 2025. Segundo o banco, 79% foram realocados; 3% pediram demissão; e 18% foram demitidos.
“O fechamento de agências, feito sem qualquer critério ou planejamento, prejudica a todos. Clientes e população, com o atendimento precarizado, sobretudo idosos, aposentados e moradores de regiões periféricas; bancários que seguem no Itaú, cada vez mais sobrecarregados pelo fato de terem que acumular funções e absorver a demanda das unidades fechadas, levando ao adoecimento; e, por óbvio, os bancários demitidos em razão deste processo arbitrário. É um absurdo que um banco como o Itaú, que lucrou R$ 34,513 bi nos nove primeiros meses de 2025, alta de 13,1% em relação ao mesmo período de 2024, demita 18% dos trabalhadores impactados por sua política de fechamento de agências”, enfatiza Valeska.
Somente com o que fatura com serviços e tarifas bancárias, receita secundária, o Itaú cobre em 142,3% do total das suas despesas com pessoal, incluindo a PLR.
Avaliação dos realocados
Outra preocupação apresentada pela COE Itaú é a avaliação de desempenho dos bancários realocados, oriundos de agências fechadas.
A representação dos trabalhadores questionou o banco como tem sido feita esta avaliação dos realocados, uma vez que considera que o processo é pouco transparente é abre espaço para subjetividade excessiva.
“As mudanças intensas de rotina, metas, atribuições e a falta de clareza impactam na avaliação destes bancários realocados, que acabam submetidos a um risco permanente de punição, gerando um ambiente de medo, incerteza e adoecimento”, pontua a coordenadora da COE Itaú.
“O Itaú, por sua vez, afirmou que sua organização interna está em constante transformação e seguirá fechando agências. Cobramos o fim desta postura absurda, arbitrária, que não leva em consideração a saúde dos bancários e nem mesmo o bom atendimento ao cliente”, acrescenta.
A COE Itaú cobrou do banco uma negociação específica sobre o GERA.
Transformações até 2030
Por fim, o Itaú informou que, até 2030, passará a operar dividido em seis segmentos: Agro, Personnalité, Média Renda, Massificado, Aposentados e Servidores.
A representação dos bancários questionou qual será o impacto concreto dessas mudanças no cotidiano dos trabalhadores, quais as qualificações serão exigidas e se treinamentos serão disponibilizados.
“É necessário que mudanças na estrutura e organização do trabalho priorizem também a saúde dos trabalhadores e condições de trabalho adequadas para que exerçam suas funções com tranquilidade, o que não acontece hoje. Seguiremos lutando por um ambiente de trabalho saudável e por respeito aos bancários do Itaú, que constroem dia após dia os excelentes resultados do banco”, conclui Valeska.