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Itaú mantém “programa da discórdia”

Linha fina
Agir e Prad são alvo de sucessivas queixas dos trabalhadores pela falta de clareza em critérios e imposição de metas abusivas e motiva paródia “Esse cara sou eu”
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São Paulo – Trabalho duro, intenso, sob pressão constante e, ao final, a frustração e a revolta. Essa é a sensação que milhares de funcionários do Itaú tiveram nesta sexta 1, ao receberem os valores referentes ao Agir e ao Prad (Programa de Remuneração por Alto Desempenho).

“Diversos trabalhadores estão inconformados com esses programas. No Agir, as agências que ficaram abaixo dos 900 pontos nos segmentos, Varejo ou Uniclass, não foram contempladas. O Prad é apelidado pelos funcionários de ‘programa da discórdia’, pois cerca de 80% dos empregados são excluídos e nada recebem, mesmo tendo se dedicado o ano inteiro”, afirma a diretora executiva do Sindicato Marta Soares.

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Ato no Ceic – Para denunciar as injustiças no Agir e no Prad o Sindicato promoveu manifestação no Centro Empresarial Itaú-Conceição (Ceic) na quinta 28 (foto). “Deixamos claro que os critérios desses programas não são negociados com o Sindicato e foram alterados unilateralmente, assim como as metas”, destaca Marta. “Reivindicamos que esse assunto seja tratado na mesa de negociação para garantir critérios claros e justos e que tanto o Agir quanto o Prad venham a valorizar a totalidade dos trabalhadores.”

PLR – O Sindicato está procurando a direção do Itaú para saber por que somente 75% dos bancários receberam os 2,2 salários a título de PLR. “Estamos levantando os números com o banco para conferir porque pagaram menos este ano. Em 2011 havia 7 mil funcionários a mais e foi paga a PLR cheia para todos”, ressalta a diretora do Sindicato Ivone Maria da Silva. “Estamos acompanhando os números atentamente, queremos verificar exatamente o que aconteceu. Se houver erro, o banco tem de corrigir”, completa Juvandia.

Cara – O “programa da discórdia” e a pressão tanto nas agências quanto nos departamentos revoltam os trabalhadores e que desabafam com criatividade. Um bancário enviou sua contribuição ao Sindicato, numa parórida da música Esse cara sou eu, de Roberto Carlos.

Acompanhe:  
O cara que pensa no Agir toda hora
Que conta os seguros quando a meta estoura
Que está todo o tempo querendo vender
Porque já não sabe se o emprego vai ter
E no meio da noite não dorme e reclama
Pensando que o chefe não ama
Esse cara sou eu
O cara que pega o caixa pelo braço
Esbarra em quem for que interrompa seus passos
Está do seu lado pro que der e vier
Desde que você venda pra homem ou mulher
Pra vender ele encara o perigo
Fazendo mil pontos sofridos
Esse caro sou eu
Eu sou um cara “feito pra você”
Quando chega a meta ele chora
Vendendo a mãe pra não ir embora
Esse cara sou eu
Esse cara sou eu



Redação 1/3/2013

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