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Acordo rege práticas do Itaú na América Latina

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Representante dos bancários do Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai assinaram documento com premissas como o respeito à organização dos trabalhadores
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São Paulo – Fruto de dois anos de intensos debates e negociação entre trabalhadores da América Latina e representantes do banco Itaú, o Acordo Marco Global foi assinado nesta sexta-feira 21, em São Paulo. O documento rege premissas básicas a serem adotadas pela empresa nos países onde atua. Além do Brasil, a instituição financeira está na Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai.

> Veja a íntegra do acordo marco

Entre os princípios do acordo estão o respeito às normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o combate aos assédios moral e sexual, a garantia de liberdade de organização sindical e a abolição de qualquer tipo de discriminação no emprego, independentemente de etnia, religião, opinião política, gênero ou orientação sexual.

O acordo foi assinado pelos representantes do Itaú, pela UNI Global Union – que representa 20 milhões de trabalhadores no mundo –, pelo Sindicato e demais entidades de bancários dos países envolvidos, pelas confederações  Contraf-CUT e Contec.

“A assinatura desse acordo significa um avanço no sentido de garantir e reconhecer o direito dos trabalhadores de se organizarem. E de fazer com que a empresa busque implementar, em todos esses países, uma política de contratação sem discriminação. Temos de buscar por meio do diálogo social um constante avanço sustentável e esse acordo é um exemplo disso”, disse o dirigente sindical André Luis Rodrigues, diretor regional da UNI Américas Finanças, braço da UNI Global Union.

A secretária-geral da Contraf-CUT e também diretora do Sindicato, Ivone Silva, destacou o processo de negociação do acordo. “Apesar de ter durado dois anos, houve muito acessibilidade das partes envolvidas. Foi um processo intenso, com diversas reuniões, telefonemas e trocas de e-mails, que envolveu diferentes países e culturas diversas”, afirmou, reforçando a participação dos sindicatos de cada país signatário.

O secretário-geral da UNI Global Union, Philip Jennings, ressaltou que o Brasil e suas instituições mantêm hoje um papel muito mais estratégico do que há dez anos.

Para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, é emblemático que o documento tenha sido formalizado no país, no mês em que o golpe militar completa 50 anos. “Há 50 anos seria inimaginável que empresas e sindicatos estivessem em uma mesa, negociando democraticamente.” Ele também aproveitou para homenagear os que deram suas vidas, no Brasil e outros países no enfrentamento das ditaduras na América Latina, lutando pela volta da democracia. “Se hoje estamos aqui é graças a eles”, concluiu.


Andréa Ponte Souza – 21/3/2014

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