São Paulo – As sucessivas altas da Selic – desde o último dia 26 em 10,75% – já se fazem sentir no aumento das taxas de juros bancários e no volume de crédito do país.
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Segundo boletim do Banco Central (BC), divulgado na quinta-feira 27, o total de empréstimos bancários no país ficou praticamente estável em janeiro: subiu apenas 0,1% em relação a dezembro, ficando em R$ 2,7 trilhões. E o custo do crédito subiu.
A nota mostra ainda que mesmo com a inadimplência estável em 3% – o menor patamar da história –, as instituições financeiras, na carona da alta da Selic, continuam elevando suas taxas de juros e consequentemente o spread – diferença entre o que os bancos pagam pelo dinheiro e quanto ganham ao emprestá-lo –, de onde sai boa parte do lucro do setor. O spread bancário exigido da pessoa física saltou de 16,4 pontos percentuais para 17,3 pontos percentuais.
O BC informa ainda que a taxa média cobrada das famílias subiu 1,2 ponto percentual no mês: de 25,6% para 26,8% ao ano em janeiro, a mais elevada desde maio de 2012. Já os juros do cheque especial subiram 6,1 pontos percentuais, alcançando 154% ao ano, os mais elevados desde julho de 2012.
O crédito consignado também ficou mais caro: a média das taxas cobradas pelos bancos dos empregados do setor privado aumentou 2,6 pontos percentuais e chegou a 32,3%, a maior desde abril de 2012.
Por outro lado, a concessão de novos empréstimos despencou 18,8% em janeiro, quando foram concedidos R$ 291 bilhões em novas operações. Para o BC, entretanto, isso se deve a um efeito sazonal de início de ano.
Ainda assim, a projeção da autoridade monetária é que haja desaceleração no volume de crédito no país. O BC prevê um crescimento de 13% em 2014, menor que o ritmo de expansão dos últimos 12 meses, em 14,8%.
A expansão do crédito no país é puxada principalmente pelo empréstimo direcionado, como os realizados pelo BNDES e financiamentos da casa própria, do que pelo crédito livre. Enquanto o primeiro cresceu 25,3% nos últimos 12 meses, o segundo subiu apenas 7,5% no mesmo período.
Redação – 5/3/2014
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Enquanto isso, na esteira da alta da Selic, juros bancários aumentam. Taxa média cobrada das famílias vai para 26,8% ao ano, a mais alta desde maio de 2012
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