São Paulo - Foi aberto na manhã desta quinta-feira 9 o Congresso Extraordinário da Contraf-CUT. O encontro ocorre na quadra do Sindicato, na região central, segue até esta sexta-feira 10 e reúne delegados e delegadas do Brasil todo, os quais definirão e votarão o Plano de Lutas para o próximo período e a Reforma Estatutária da entidade. O congresso teve início com uma análise da conjuntura atual e os representantes dos trabalhadores foram unânimes em afirmar que é preciso disputar as ruas e ganhar o apoio da sociedade na luta contra os retrocessos que assombram não só o Brasil, mas diversos países.
“A luta contra o capital é internacional, trabalhadores do mundo, uni-vos”, convocou o persidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, citando Karl Marx.
O presidente da Contraf-CUT destacou que a história e unidade do bancários contribuem de forma extremamente positiva para o enfretamento dos retrocessos e contra as reformas que o governo de Temer quer impor aos trabalhadores.
“Fizemos uma avaliação no ano passado que 2017 seria muito duro, com planos de privatização, é o que está acontecendo neste governo golpista e conservador. Inovamos com um acordo de dois anos com os bancos para enfrentar o momento de caos. Temos um processo negocial que virou exemplo para outras categorias e assegura os mesmo direitos para o bancário em todo país, seja no Pará ou no Rio Grande do Sul. Chegamos hoje a uma Confederação que tem uma fabuloa história de luta e vamos debater neste Congresso o nosso plano de voo para superar esta conjuntura adversa”, disse Roberto von der Osten.
Vamos contagiar o Brasil para a luta - Juvandia Moreira, vice presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato, enalteceu as manisfestação em defesa dos direitos das mulheres em várias partes do mundo, nesta quarta-feira 8. A dirigente afirmou que o Congresso Extraordinário da Confederação é um espaço importante de debate e que os bancários devem contagiar outros trabalhadores para a luta.
“As mulheres, em especial as trabalhadoras,estão lutando contra a reforma da previdência, contra o desmonte do estado e a desigualdade social, e já avisamos, não vamos pagar a conta. As mulheres foram às ruas em todo mundo contra a violência e por um mundo justo e igualitário. Vamos sair deste Congresso com um plano de lutas importante, capaz de contagiar o Brasil todo, com certeza”, afirmou.
Defesa dos bancos públicos - Jair Ferreira, presidente da Fenae, destacou o ataque do governo Temer contra os bancos públicos e empresas públicas. “Esta conjuntura que nos manda o governo golpista tem papel importante do setor financeiro. Temos que ganhar o coração e a mente não só dos bancários, mas de toda a sociedade em defesa do bancos públicos e direitos. As nossas entidades estão se preparando cada vez mais para o combate”.
“O debate neste Congresso é muito importante e temos que deixar claro para os bancários que a categoria não está fora das reformas, a expectativa hoje é morrer sem aposentadoria. Mas o governo Temer está com receio da reforma da previdência não passar, então estão criando um clima de polarização na população. Nossa tarefa é ir para os locais de trabalho e fazer o debate e o enfretamento nas ruas”, disse Milton Rezende, da coordenação da CDS.
Ameaças sem fronteiras - Durante a abertura do Congresso, Márcio Monzane, diretor regional da UNI Américas, analisou a situação dos trabalhadores em vários países e disse que há uma espécie de acordo neoliberal contra os trabalhadores.
“Na Argentina 300 mil trabalhadoras estiveram marchando em Buenos aires, pelo fim da retirada de direitos e contra o retrocesso. São as mesmas bandeiras no Peru, em outros países. Há um acordo para criminalizar os movimentos sociais. A melhor maneira de fazer o combate é unir forças, e construir um movimento amplo, juntando as minorias”, disse.
Os delegados e delegadas presentes no Congresso aprovaram o regimento interno. O Congresso segue com painéis e debates durante o dia todo.