São Paulo – Imagine você ser feito de refém em um assalto a uma agência bancária, sofrer ameaças com armas de fogo, e ainda assim ter de voltar ao trabalho e continuar com suas atribuições como se fosse um dia normal. Foi essa situação absurda que enfrentaram bancários de uma agência do Bradesco na Grande São Paulo.
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“A situação é desumana. O assalto ocorreu por volta das 11h30. Bancários foram feitos reféns, ameaçados, passaram por uma situação de grande estresse. Soube do ocorrido e vim até a agência. Pelo menos até as 17h30 os funcionários ainda estavam trabalhando, mesmo com a agência fechada. Faziam inclusive a verificação das máquinas do autoatendimento, roubadas no momento do abastecimento. Não tinham nem mesmo almoçado”, relata a dirigente do Sindicato e bancária do Bradesco, Fernanda Reis.
Após o assalto, um dos trabalhadores precisou de atendimento médico e o SAMU foi acionado. Outro desmaiou. Os assaltantes fugiram do local antes da chegada da polícia.
O Sindicato cobra esclarecimentos do Bradesco sobre o fato de que bancários feitos reféns não terem sido dispensados do trabalho, que o banco reveja os procedimentos de segurança na agência assaltada e que a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) seja emitida para todos os funcionários da unidade.
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“A Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários assegura que, no caso de assaltos, todos os bancários devem ter assegurado o direito a atendimento médico e psicológico. É inadmissível que continuem trabalhando. É a saúde dos trabalhadores que está sendo colocada em risco. Além disso, é obrigação do banco emitir a CAT a todos os trabalhadores que foram vítimas do assalto”, diz Fernanda, reforçando que o Sindicato vai acompanhar de perto a situação dos bancários envolvidos e as medidas que o banco vai tomar em relação à saúde e ao bem-estar dos mesmos.
CAT – A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento que serve para reconhecer um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional, como é o caso de um trauma psicológico desenvolvido após o empregado passar por um assalto no local de trabalho.
É obrigação do empregador emitir o documento, imprescindível para dar entrada em pedidos de afastamento pelo INSS. Caso a empresa se negue, o trabalhador pode requisitá-lo nos centros de referência em saúde do trabalhador ou no Sindicato (3188-5200).