São Paulo – O dia 21 de março marca o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Mais do que uma celebração, é momento de refletir sobre as formas de discriminação que permeiam as nossas relações sociais.
A data foi instituída pela ONU em 1976, após a repressão aos protestos contra o Apartheid na África do Sul realizados em 21 de março de 1960. Na ocasião, estudantes da cidade de Shaperville saíram em passeata e foram violentamente atacados pela polícia, que abriu fogo contra os manifestantes, matando 69 e ferindo outros 186.
De lá para cá, muito se avançou no Brasil e no mundo. Em 1989, foi promulgada a Lei Caó, que criminaliza o racismo; a Uerj inaugurou o primeiro sistema de cotas raciais no país, em 2002, sendo promulgada a Lei de Cotas em 2012; foi promulgado, em 2010 o Estatuto da Igualdade Racial; dentre outras conquistas para a população negra. Por outro lado, ainda há muito o que se fazer na luta pelas igualdades.
Entre 100 vítimas de homicídio, 71 são negras. Os cidadãos negros têm 23,5% mais de chance de serem assassinados em relação aos demais, independentemente de sua situação econômica, segundo matéria da Contraf-CUT.
O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, na noite de quarta-feira (14/03) é um exemplo claro dessa violência. A vereadora expressava a luta de todos que necessitam afirmar cotidianamente seus direitos e reivindicar sua ampliação.
A dirigente do Sindicato Ana Marta Lima lembra que falar em combate à discriminação significa ir contra todo tipo de intolerância.
“O preconceito ainda é muito forte, muito latente, em diversas partes do mundo, inclusive o Brasil. Hoje em dia, fica tudo ainda mais evidente pois, por conta da internet, muitas pessoas perderam completamente o pudor para expor seu racismo e outros tipos de preconceito”, avalia.