São Paulo – Milhares de servidores públicos se reúnem desde a manhã desta terça-feira 20 em frente à Câmara Municipal de São Paulo para exigir a retirada do Projeto de Lei (PL 621), que versa sobre a reforma da previdência dos trabalhadores, da pauta de votações. O prefeito João Doria (PSDB) articula com sua base de vereadores para aprovar a matéria rapidamente, antes que ele deixe o cargo, no dia 7 de abril, para concorrer ao governo do estado.
Mais uma vez os servidores mostram unidade e comparecem em peso para se manifestar, mesmo debaixo de um forte calor de 35 graus na capital paulista, gritando palavras de ordem contra Doria. A categoria teme por manobras do prefeito para tentar aprovar de qualquer forma o PL. Nesta tarde, segundo a CUT, eles decidiram manter a greve que começou em 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
O presidente da Casa, vereador Milton Leite (DEM), agendou para esta terça-feira um total de 21 sessões extraordinárias, um número fora do comum para os padrões da Câmara. Há sessões previstas para iniciar à 0h05 da quarta-feira, entre outras irregularidades na agenda, o que mostra disposição da base governista de tentar apressar a matéria por meio de manobras regimentais.
A avaliação do presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), Sérgio Antiqueira, é de que o prefeito vê sua força dentro da Casa se esvair diante de tantas manifestações populares contra seu projeto. “O governo deve estar desesperado, pois ainda não tem os 28 votos necessários. Ele (Doria) chegou a ter mais de 40 votos, mas, com a grande mobilização dos servidores, cada dia mais vereadores deixam de apoiar (a reforma da previdência municipal)”, disse.