Cerca de 100 funcionários de escritórios digitais fizeram, na manhã desta quinta-feira 7, um protesto em frente ao prédio da Gepes-SP (Gestão de Pessoas) do Banco do Brasil, no Centro, contra descomissionamentos e a conduta assediadora de um gestor dos escritórios digitais do Cenesp Santo Amaro. Na ocasião, o Sindicato cobrou do banco também a realização de uma mesa específica, garantida na Campanha Nacional dos Bancários 2018, para debater estes locais e as respectivas condições de trabalho dos seus funcionários.
Na sexta-feira 1º, cerca de 250 bancários dos escritórios digitais do Cenesp Santo Amaro e dos escritórios do Complexo Verbo Divino paralisaram com o apoio do Sindicato suas atividades em protesto contra descomissionamentos arbitrários e assédio moral. Naquele mesmo dia, além de quatro trabalhadores descomissionados, o gestor humilhou publicamente uma bancária, agredindo a trabalhadora ao segurá-la pelo braço no momento em que ela tentava bater o ponto. Não satisfeito, ainda ofendeu a subordinada de forma grosseira, mesmo enquanto ela já se retirava do local.
“Como justificar um descomissionamento por parte de um assediador? Esta foi uma das perguntas que fizemos hoje aos representantes da Gepes. Cobramos que a Gestão de Pessoas seja atuante, e não se limite, em casos como este, somente ao aval técnico. Queremos uma avaliação mais próxima das pessoas e que os descomissionamentos sejam reavaliados”, salienta a dirigente sindical Ana Beatriz Garbelini, funcionária do BB.
“O protesto reivindicou também a realização da mesa específica para abordarmos os problemas dos escritórios digitais, uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários 2018", conclui Ana Beatriz.
Para o dirigente sindical e funcionário do BB Antonio Netto, há negligência por parte da Gestão de Pessoas e conivência do superintendente regional. “Um funcionário, lembrando da música “Um Homem na Estrada”, dos Racionais MCs, nos relatou que a Gepes age tal qual o IBGE da letra da canção, numerando os ‘barracos’, fazendo uma pá de perguntas e depois nos esquecendo”, ressalta o dirigente, acrescentando que a Gestão de Pessoas reconheceu o erro no episódio - afirmou que não houve o devido acompanhamento - e se dispôs a estar nesta sexta-feira 8 no Cenesp para ouvir os funcionários.
“Além disso, o superintendente regional não pode apenas dizer que a Gepes avalizou. Isso é fugir da sua responsabilidade enquanto liderança e gestor. É preciso melhorar o clima organizacional, a situação e a acolhida das pessoas, não apenas apresentar números”, enfatiza o dirigente.
Para Antonio Netto, além da cobrança de melhor postura da Gepes e do repúdio à atuação do Sr. Esaú no comando da Gestão de Pessoas, o ato desta quinta-feira demonstra a urgência de melhorias no sistema de avaliação de desempenho do banco, a GDP.
“Lembremos que a Gepes é o mesmo setor que faz a apuração da denúncia de assédio moral e avaliza o descomissionamento. Não dá para falar que houve um simples erro da Gestão de Pessoas, pois o gestor já está sofrendo sanção por parte da Gepes. É bom ainda ressaltar que por onde o Sr. Esaú passou houve reclamações. Em São Paulo, o rastro dele tem sido marcado por conivência com descomissionamentos arbitrários e com assédio moral. E o Sindicato vai intensificar a luta para que isso acabe”, conclui o dirigente sindical.