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Categoria bancária conquista canal de atendimento às trabalhadoras vítimas de violência doméstica

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Assinatura aconteceu nesta quarta-feira (11), em São Paulo; canal será criado por bancos públicos e privados, em todo o país
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São Paulo - 11/03/2020 - O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinaram nesta quarta-feira (11) a criação de um canal de atendimento às bancárias vítimas de violência doméstica, com validade para todo o país.

Para Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e também coordenadora do Comando Nacional da categoria, é preciso também atender demandas reais de quem trabalha no dia a dia das agências. 

"Diariamente estamos em todos os bancos, cobrando o fim das demissões, da pressão por metas e do assédio que adoecem, exigindo condições dignas na rotina de trabalho", ressaltou Ivone. "Com o aumento da violência contra a mulher, é fundamental a criação de um canal de atendimento às bancárias para dar a proteção e o respeito que precisam, além de manter o respeito no ambiente de trabalho". 

“Vemos os noticiários sobre a violência praticada contra as mulheres em suas próprias casas. As bancárias não estão imunes a este tipo de violência. Precisam faltar ao trabalho, perdem produtividade e muitas acabam sendo demitidas. Isso é punir quem é vítima!”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Esperamos que, com este acordo, no setor bancário não haja mais a punição às vítimas e as bancárias sejam acolhidas. E também que, nós, juntamente com os bancos, possamos criar políticas de trabalho que levem em conta a situação vivida por elas”, completou.

Em São Paulo, o Sindicato dos Bancários foi pioneiro ao lançar em dezembro de 2019 um serviço de atendimento jurídico a mulheres vítimas de violência. “Somos pioneiros na criação do projeto ‘Basta! Não irão nos calar’. Atuamos em parceria com a Rede Municipal de Enfrentamento à Violência Doméstica, atendendo a demandas jurídicas que não podem ser absorvidas pela Defensoria Pública. É uma contraofensiva do movimento sindical contra o atual retrocesso político e social”, ressalta Ivone Silva.

 

Dados - Ao longo dos anos, as mulheres têm conquistado cada vez mais direitos e respeito pela sociedade. Porém ainda persistem muitas situações de preconceito e discriminação, principalmente, no local de trabalho. De acordo com estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no 4º trimestre de 2019, as mulheres receberam salário menor que o dos homens, mesmo ocupando cargos iguais.

A diferença também pode ser vista nos cargos. A pesquisa revela que entre dez diretores e gerentes, apenas quatro são mulheres. Em média, os homens ganharam R$40, por hora, enquanto as mulheres receberam R$29.

A pesquisa mostra ainda que o desemprego é maior entre as mulheres. Elas representam 13,1% da taxa de desocupação total. Entre os homens, a taxa é 9,2%. Do total de mulheres desocupadas 37% estão procurando emprego há mais de um ano.

O estudo mostra ainda que, no período, as mulheres gastaram 95% mais tempo em afazeres domésticos do que os homens. Em média, foram 541 horas a mais por ano, equivalente a 68 dias (considerando uma jornada de 8 horas/dia).

 

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