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Chapéu
Defenda o SUS

Coronavírus: saúde pública é fundamental na crise

Linha fina
Relato de bancária do BB na Itália ressalta a importância de um sistema que abranja a todos
Vídeo Youtube

Nesta terça-feira 10, o número de casos confirmados de coronavírus no Brasil chegou a 34. São Paulo tem a maior incidência: 19 ocorrências, segundo reportagem da Agência Brasil.

O governo italiano, onde já foram confirmados mais de 7,3 mil casos, adotou uma série de medidas para tentar frear a propagação do vírus que vêm impactando diretamente no cotidiano das pessoas que vivem por lá. É o que relata Cidinha Antero, bancária do Banco do Brasil e doutoranda em educação na Universidade de Verona, que está na Itália desde outubro de 2019.

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“Existem restrições de circulação: só por motivo de trabalho ou de emergência. Hoje com um colega, ele saiu de casa por 5 minutos para ir à farmácia e já foi parado pela polícia, que perguntou aonde ele ia e recomendaram ele voltar para casa”, conta a bancária no vídeo acima.

Saúde pública

Cidinha conta que mesmo com um sistema de saúde pública bem estruturado, moradores da Itália já enfrentam problemas nos hospitais.

“As UTIs estão lotadas. Nós temos problemas gravíssimos aqui no sistema público, e é um sistema público bom, mas que não dá conta de atender todo mundo, por isso estamos com essa restrição maior. O que a gente faz? Fica em casa, toma as devidas precauções como lavar sempre as mãos, se cuidar, não participar de eventos públicos, mas o mais importante que eu penso é preparar o sistema público de saúde para atender a todos os pacientes”, analisou.

Para Carlos Damarindo, secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região, o relato da bancária traz um alerta sobre a necessidade de defesa do SUS aqui no Brasil. Damarindo, que também é membro do Conselho Municipal de Saúde, lembra que a PEC do Fim do Mundo congela os investimentos públicos para os próximos 20 anos, impedindo ampliações inclusive na saúde pública.

“É importante refletirmos que aqui no Brasil, mesmo com certa precariedade, temos um sistema de saúde pública e universal funcionando. Este governo, assim como o anterior, vem rechaçando e promovendo desmontes na rede, com o congelamento do orçamento, os ataques ao programa Mais Médicos e outras maldades. A saúde vem sendo tratada como ‘gasto’, não como investimento básico para toda sociedade”, analisou.

Damarindo avalia, ainda, que o governo Bolsonaro não vem tomando atitudes à altura da gravidade do problema.

“É urgente que o presidente saia da inércia e comece a tratar o assunto com mais seriedade, e não tentando minimizar os riscos e propagandeando notícias falsas. Temos uma parcela significativa da população bastante vulnerável, como pessoas em situação de rua, por exemplo, que estão jogadas à própria sorte devido à inatividade dos órgãos públicos”, completou.

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