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Apesar de reconhecida pela OMS, Burnout não é tratada pela Cassi como doença ocupacional

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Logo da Cassi

A síndrome de Burnout foi reconhecida, em 2019, como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O reconhecimento passou a valer em janeiro deste ano, com a vigência da nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). Apesar disso, a Cassi – Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil – ainda não trata o problema como deveria.

“A diretoria da Cassi deveria estar atuando em prol dos interesses dos associados, e já deveria ter abordado esse assunto, uma vez que ele foi reconhecido mundialmente como doença do trabalho. Mas a Cassi, mesmo capitalizada, ainda não criou nenhum programa para identificar e tratar esse tipo de adoecimento entre seus associados, e nem sequer o abordou de forma educativa por meio de textos no seu site ou alguma outra ação”, critica a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região Juliana Carminato, bancária do BB.

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Juliana destaca ainda que isso não se dá por problemas financeiros, uma vez que a Caixa de Assistência saiu da crise em que se encontrava com aporte de recursos de seus associados, desde a alteração estatutária ocorrida em 2019. “Portanto, mesmo capitalizada, a Cassi não toma providências em relação a uma doença séria, que acomete milhares de trabalhadores no Brasil e no mundo e, com certeza, com o desmonte do BB promovido pelo atual governo, muitos funcionários do banco sofrem da síndrome sem se darem conta. A diretoria foi eleita para trabalhar em prol dos trabalhadores, e esse desleixo em relação à síndrome de Burnout chama atenção para a importância de termos representantes de fato comprometidos com os associados.”

O que é a síndrome de Burnout

A OMS define a síndrome de Burnout como “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”. Ainda segundo a caracterização da entidade, há três dimensões que compõem a condição: sensação de exaustão ou falta de energia; sentimentos de negativismo, cinismo ou distância em relação ao trabalho; e sensação de ineficácia e falta de realização.

A OMS ressalta ainda que a síndrome de Burnout é especificamente relacionada a um fenômeno diretamente vinculado às relações de trabalho e não pode ser aplicada em outras áreas ou contextos de vida dos indivíduos. Ou seja, é estritamente uma doença ocupacional.

A síndrome de Burnout foi constatada pelo psicanalista nova-iorquino Herbert J. Freudenberger, ainda na década de 1970. Ele a definiu como "(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional".

A doença pode resultar em falta de apetite, dificuldade para dormir, dificuldade de concentração, perda de atenção e produtividade, dificuldade de levar as tarefas a cabo. E alguns dos sintomas relatados por trabalhadores são fortes dores de cabeça, tonturas, tremores, falta de ar, oscilações de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração e problemas digestivos.

Atento à saúde dos bancários, o Sindicato vem alertando a categoria sobre a doença, seja em atendimentos ao trabalhador adoecido pela secretaria de Saúde da entidade, seja através de conversas dos dirigentes com os bancários ou mesmo por meio de reportagens em nosso site (veja algumas reportagens aqui).

O Sindicato alerta também que a síndrome é reconhecida como doença ocupacional pelo Ministério da Saúde, portanto, caso seja diagnosticado, o trabalhador pode ser afastado de suas funções, entrando em licença médica.

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