
11 de Março de 2020, 17h do horário local. Sede da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra, Suíça. Foi neste exato instante, 5 anos atrás, que o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, proferiu a seguinte frase: “Consideramos que a Covid-19 pode ser qualificada como uma pandemia."
A partir daquele momento, tudo mudou. Economias foram afetadas, as devidas medidas de distanciamento social foram adotadas pelos países, sistemas de saúde foram sobrecarregados, e se intensificava uma corrida mundial de cientistas e das gigantes farmacêuticas por um tratamento que salvasse vidas e, sobretudo, por uma vacina.
Graças ao desenvolvimento das vacinas e as medidas de isolamento social, em maio de 2023, a OMS decretou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Naquele momento, os números oficiais davam conta de aproximadamente 7 milhões de mortes por Covid-19 em todo mundo, embora estima-se que este número tenha sido muito maior.
Só no Brasil, neste período, foram mais de 700.000 mortes por Covid-19. Em julho de 2021, a média de mortes diárias por Covid-19 no Brasil foi a mais alta do mundo, chegando a superar continentes inteiros. Neste momento, o país representava 10% do total de mortes registradas pela Organização Mundial da Saúde, sendo que o Brasil representa menos de 3% da população mundial.

E as razões para isso não demoraram a ficar claras: o país tinha um governo negacionista, que minimizava a gravidade da pandemia, boicotava as medidas de distanciamento social, desmontava o SUS e políticas públicas que poderiam ser efetivas no combate à pandemia e atrasou por meses, ignorando deliberadamente os contatos de indústrias farmacêuticas, a compra das vacinas contra a Covid-19, o que poderia ter salvo a vida de milhares de brasileiros.
“No Brasil, lamentavelmente, tivemos o que podemos chamar de tempestade perfeita. Fomos impactados pela pandemia justamente quando tínhamos um governo negacionista, mentiroso, neoliberal, corrupto e incompetente para lidar com uma crise desta magnitude. Nos solidarizamos com as famílias das vítimas da Covid-19 e lembramos daqueles que se foram com muito carinho e saudade, parte deles bancários, companheiros nossos”
Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato
Bancários contra a Covid-19
Se por um lado, o Brasil lidava com um governo negacionista e omisso em relação a pandemia de Covid-19, por outro o Sindicato e todo o movimento sindical bancário foram rápidos para adotar medidas que protegessem a categoria.
Desde os primeiros momentos do distanciamento social, ainda em março de 2020, o Sindicato abriu negociação com os banqueiros para colocar mais de 200 mil trabalhadores em home office, além de proteger os funcionários da entidade alocando-os também no regime de teletrabalho.
Também foram negociados esquemas de rodízio de trabalhadores nas agências e protocolos rígidos em caso de contaminação de bancários por Covid-19. Tudo isso com a fiscalização dos dirigentes sindicais.

Ainda em 2020, os bancários lutaram por condições dignas de trabalho no home office, fechando vários acordos banco a banco sobre o tema. Já na Campanha dos Bancários de 2022, a categoria conquistou 12 cláusulas sobre o tema, que incluem ajuda de custo, fornecimento de equipamentos, direito à desconexão e respeito à jornada, entre outros.
O movimento sindical bancário conquistou ainda a inclusão da categoria no grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização (PNI).
E a atuação do Sindicato e demais entidades do movimento sindical bancário, durante a pandemia de Covid-19, extrapolou os limites da categoria. A Quadra dos Bancários, com apoio da campanha Bancário Solidário e de movimentos sociais parceiros, foi transformada em um grande centro de distribuição de alimentos, água e agasalhos para a população em situação de vulnerabilidade.
“O período mais crítico da pandemia foi uma fase dificílima, mas que mostrou a nossa capacidade de adaptação. O Sindicato, além de lutar por medidas que protegessem a categoria, teve que fazer uma verdadeira revolução tecnológica para que mantivéssemos nossa atuação, serviços e também negociações e assembleias, que passaram a ser digitais. E, sem dúvida, a condução da nossa presidenta na época, Ivone Silva, foi de suma importância para que vencêssemos tantos desafios”, relembra Neiva Ribeiro.
“Hoje, o que fica é a saudade dos companheiros que nos deixaram, a luta por justiça para que aqueles que poderiam ter salvado vidas e não o fizeram sejam responsabilizados, e a certeza de que quando nós estamos unidos, bancários e bancárias, somos capazes de atravessar qualquer adversidade, preservando nossos direitos, avançando por novas conquistas e, sobretudo, salvando vidas”, conclui a presidenta do Sindicato.
