
Nesta quinta 27, no Ministério das Mulheres, em Brasília, o Sindicato, por meio do Comando Nacional dos Bancários, apresentou a conquista da categoria bancária de dois cursos, financiados pelos bancos, para capacitação de mulheres na área de Tecnologia da Informação (TI).
São 3.000 bolsas de estudo para capacitação de mulheres em programação, na escola PrograMaria; e 100 bolsas para formação avançada de mulheres em tecnologia, na escola Laboratória; previstas nas cláusulas 100 e 101 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, conquistadas na Campanha Nacional Unificada dos Bancários de 2024.
A agenda marcou o lançamento das Iniciativas de Igualdade da Mulher Bancária e foi composta por uma mesa tripartite, com lideranças femininas do Comando Nacional dos Bancários, da Comissão de Negociação da Fenaban, do Ministério das Mulheres, além de representantes das escolas PrograMaria e Laboratória.
“As mulheres não estão inseridas no mercado de trabalho de tecnologia, área na qual teremos mais empregos no futuro, na qual teremos mais investimentos. Área em que os bancos, as empresas, as big techs, investem. E nós, mulheres, estamos alijadas deste espaço. Na nossa categoria, desde que teve a pandemia, tivemos um aumento no número de trabalhadores na área de TI. Porém, só 25% são mulheres”, destacou na sua fala a presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro.
A presidenta do Sindicato também parabenizou o Ministério das Mulheres pelo Programa Asas Para o Futuro, iniciativa da pasta para inserção de mulheres jovens em situação de vulnerabilidade social, prioritariamente negras e indígenas, em setores estratégicos como tecnologia, energia, infraestrutura, logística, transportes, ciência e inovação, entre outros. Uma iniciativa semelhante a negociada entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban para capacitação de mulheres na área de TI.
“Das pessoas que se graduaram recentemente em Ciências de Dados, só 20% são mulheres. E nem todas elas ficam [no mercado de TI]. E nós sabemos as razões. A tripla jornada, cuidado com os filhos, é um ambiente masculino. E se você for da periferia, dos espaços mais precarizados, que eu vi que é o objeto do Programa Asas Para o Futuro, você tem ainda mais dificuldades (…) Quero louvar o projeto, é muito importante, e tem tudo a ver com o que nós pensamos sobre políticas públicas para mulheres, da inserção das mulheres em espaços de poder, na tecnologia, de ganho de autonomia econômica”, enfatizou a presidenta do Sindicato.
Em 2022, 75,4% dos trabalhadores de TI nos bancos eram homens e apenas 24,6% mulheres. Sendo que em 2012, a proporção de mulheres na área era maior: 31,9%. Importante destacar que, de 2012 a 2022, o percentual de trabalhadores de TI nos bancos passou de 5,1% para 11,2%.
Mesa de Igualdade de Oportunidades
Por sua vez, a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes, destacou a importância da mesa de Igualdade de Oportunidades, que há 23 anos debate e negocia com os bancos políticas de inclusão, contratação, capacitação e promoção da diversidade no setor financeiro.
“Chegamos aqui hoje com uma construção de uma mesa de Igualdade de Oportunidades que já tem 23 anos. Por isso que conseguimos ser pioneiras em tantas coisas e chegar nesses resultados”, enfatizou a secretária da Mulher da Contraf-CUT.
Uma grande conquista

Já a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, parabenizou o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban pela iniciativa para capacitação de mulheres na área de TI.
“Acho que vamos conseguir fazer uma grande diferença. É uma grande conquista. São 3.100 mulheres que vão estar colocadas em outro mundo do trabalho, em outra perspectiva, com outro olhar (…) Para começar, temos de dar um primeiro passo. Hoje são 3.100, daqui a pouco serão 6.200, até a hora que teremos todas as mulheres do Brasil para estarem ou não saírem destes espaços”, concluiu a ministra.
A Comissão de Negociação da Fenaban foi representada na agenda no Ministério das Mulheres por Silvana Rosa Machado, diretora executiva de Recursos Humanos e Sustentabilidade do Bradesco.
Saiba mais sobre os cursos conquistados na Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2024
Escola PrograMaria
- 3.000 bolsas para 4 turmas, até 2026.
- Público: mulheres, com prioridade para aquelas em situação de vulnerabilidade socioeconômica e inclusivas para mulheres trans, negras e PCDs (pessoas com deficiência).
Dois cursos, 100% online:
Análise de Dados: Meus Primeiros Passos em Python
- Introdução à Análise de Dados: fundamentos da análise, primeiras análises com planilhas.
- Python e Jupyter Notebook: programação em Python, utilizando bibliotecas como Pandas e Numpy.
- Banco de Dados e SQL: conceitos de bancos relacionais e SQL, com ferramentas como DBeaver e SQLite.
- Visualização de Dados: criação de gráficos e dashboards com matplotlib e Looker.
- Machine Learning e Próximos Passos: noções de machine learning e dicas para os próximos passos na carreira.
Front-End: Minha Primeira Página Web
- Conceitos Iniciais em HTML: Estruturação de páginas web com HTML, aprendendo a criar cabeçalhos, parágrafos, menus, imagens e links.
- Conceitos Iniciais em CSS: Estilização de páginas com CSS, alterando textos, cores, fontes, tamanhos e organizando o layout.
- Conceitos Iniciais em JavaScript: Adicionando interatividade com JavaScript, criando funções para ações como notificações ao clicar em botões.
- Conceitos de Lógica de Programação e Próximos Passos: Compreensão de lógica de programação, utilizando estruturas como o “If” e orientações para avançar na carreira.
Escola Laboratória
- 100 bolsas com duração de 20 semanas
- Público: Se identificar como mulher e ter 18 anos ou mais, ensino médio completo, ter grande interesse em tecnologia e dados e ter disponibilidade de 4h síncronas e 10h assíncronas semanalmente.
O curso: Análise de dados
- Desenvolvimento de habilidades essenciais como interpretação, análise e apresentação de dados.
- Durante a Jornada de Dados, as alunas vão aprender a preparar e processar bases de dados, realizar análises exploratórias, criar dashboards e relatórios, aplicar técnicas de segmentação e validação de hipóteses. Além disso, vão desenvolver a habilidade de apresentar resultados de forma clara e estratégica, contribuindo para tomadas de decisão mais assertivas.
- Linguagens que serão ensinadas: BigQuery; Power BI; SQL; Google Sheets; Looker Studio.
