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“Exigimos a suspensão das demissões que podem atingir um funcionário por agência. Temos informação de que esse número pode chegar a mil. E cobramos também a revisão das dispensas realizadas até agora”, disse Paulo Rogério Cavalcante, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
Dias depois de a direção do HSBC garantir que não havia nenhum processo de dispensa, o banco mandou embora cerca de 390 funcionários. Agora, as dispensas são justificadas pela empresa como uma “reestruturação”. O banco afirma estar mudando o perfil dos negócios e não quer quantidade de contas, mas qualidade. Assim, a maioria dos bancários que está perdendo os empregos é gerente de aquisição. Uma escolha aleatória que demonstra o descaso com os trabalhadores.
“Eles enganaram os bancários e isso é inadmissível. As demissões são um absurdo, pois o HSBC registrou no ano passado o maior lucro desde que começou a operar no Brasil, R$ 946,7 mi, praticamente o valor que pagou pelo Bamerindus (R$ 1 bi). Isso veio às custas do suor do bancário que não pode ser penalizado agora.”, afirma Paulo Rogério Cavalcante Alves, destacando que a manifestação desta terça ocorre em vários estados e é o início da mobilização dos funcionários.
O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino exige a retomada das negociações, não só no HSBC assim como no Real ABN, onde também pairam incertezas. “Os trabalhadores merecem respeito. Vamos manter uma agenda permanente de atividades pela garantia do emprego”, disse.
Real ABN – Os bancários do Real ABN realizaram um ato de protesto pela garantia de emprego, na manhã desta terça-feira, dia 17 de abril. As atividades foram concentradas nos prédios localizados nas Avenidas Paulista e Brigadeiro Luiz Antônio, onde trabalham cerca de 5 mil funcionários.
O prazo de exclusividade do banco Barclays nas negociações para a aquisição do holandês ABN Amro – atual controlador dos bancos Real e Sudameris – deve terminar nesta quarta, dia 18. Caso o negócio não venha a ser concretizado, segundo notícias veiculadas em jornais de grande circulação, outros bancos, como o Santander Banespa, estariam dispostos a fazer ofertas pela instituição financeira. Os boatos geram um clima de incerteza e insegurança entre os trabalhadores.
O presidente do banco, Fábio Barbosa, teria se comprometido em realizar uma reunião com gestores do ABN Real para “tranqüilizar-los”. “Tranqüilizar neste momento é sinônimo de garantia de garantia de emprego pelo menos neste período de transição. É assumir um compromisso com os trabalhadores”, disse Marcelo Gonçalves, diretor do Sindicato.
Dia 26 de abril será realizada uma mobilização envolvendo bancários do ABN Amro no Brasil e demais países da América Latina. Nesta data esta marcada uma assembléia mundial de acionistas do banco, em Amsterdã.