Imagem Destaque
As atividades fizeram parte dos protestos programados em todo o país, para esta terça-feira, dia 10 de abril, por várias categorias profissionais, no chamado Dia Nacional de Luta contra a Emenda 3 da Lei da Super Receita, que significa uma ameaça aos direitos trabalhistas.
“A mobilização serviu para reforçar com os bancários e a população o que a Emenda 3 coloca em jogo. É inadmissível um retrocesso da garantia dos direitos trabalhistas”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “O recado foi dado ao Congresso Nacional. Hoje os bancários fizeram uma greve de advertência pela manutenção do veto presidencial à Emenda 3. Caso o veto seja derrubado pelos parlamentares, os trabalhadores de todos as categorias profissionais vão à greve”, advertiu.
Apesar de ter sido barrada pelo presidente Lula, a derrubada do veto à Emenda 3 pode ir à votação no Congresso Nacional, como defendem parlamentares ligados aos empresários brasileiros. Caso seja posta em prática, a medida impedirá a punição, por parte de fiscais do Ministério do Trabalho e da Receita Federal, a empresas que contratam prestadores de serviço, mas que mantêm relações de trabalho com características formais.
Direitos em risco - Com a Emenda 3 ficaria mais fácil transformar trabalhadores com carteira assinada em PJ. “Há a transferência da responsabilidade contratual das empresas para o trabalhador, que passa a ter a necessidade de contratar contador e arcar com outras despesas como vale-transporte, vale-alimentação, assistência médica e previdenciária”, destaca Luiz Cláudio Marcolino.
Como a fiscalização e a punição ficariam limitadas, o caminho estaria aberto para a retirada de direitos e a expansão da terceirização o que colocaria outros conquistas históricas na berlinda como férias, 13º salário, descanso semanal remunerado, FGTS e licença-maternidade.
“Nossa prioridade agora é manter o veto à Emenda 3. O próximo passo é acabar com a possibilidade de ter empresas de uma pessoa só que presta serviços para uma única empresa, burlando as relações de trabalho. Temos de acabar com a brecha da precarização do trabalho, da perda de direitos” defende Luiz Cláudio Marcolino.
Os bancos já impõem esse retrocesso a trabalhadores de alguns departamentos. Nos serviços de compensação, 90% dos trabalhadores são terceirizados, na tesouraria já são 100%, na retaguarda de caixa 70% e em tecnologia da informação há grande variação, em alguns casos pode atingir a totalidade. No começo o banco vem com a promessa de que como pagará menos impostos, tem chances de pagar um salário maior ao trabalhador transformado em PJ. Com o tempo, o pagamento vai se igualando aos dos bancários contratados, só que com uma grande diferença: não há mais os direitos assegurados pela CLT.