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Dias depois de a direção do HSBC garantir que não havia nenhum processo de demissões em curso, o banco mandou embora cerca de 390 funcionários. As dispensas acontecem quando banco e representantes dos trabalhadores estavam em pleno processo de negociação. No último dia 4, o Sindicato havia se reunido com a direção do banco para discutir as mudanças na base tecnológica da empresa que provocará o encerramento dos centros de serviços – a Revisão do Modelo Operacional (RMO) e o HSBC afirmou que não haveria demissões.
Agora, as dispensas são justificadas pela empresa como uma “reestruturação”. O banco afirma estar mudando o perfil dos negócios e não quer quantidade de contas, mas qualidade. Assim, a maioria dos bancários que está perdendo os empregos é gerente de aquisição. Uma escolha aleatória que demonstra o descaso com os trabalhadores. E o HSBC ainda tem a pretensão de ser a melhor empresa para se trabalhar.
“Eles enganaram os bancários e isso é inadmissível, por isso vamos protestar. As demissões são um absurdo, pois o HSBC registrou no ano passado o maior lucro desde que começou a operar no Brasil, R$ 946,7 mi, praticamente o valor que pagou pelo Bamerindus (R$ 1 bi). Isso veio às custas do suor do bancário que não pode ser penalizado agora. E mais, existem vários setores com falta de pessoal onde os funcionários podem ser aproveitados”, afirma Paulo Rogério Cavalcante Alves, destacando que a manifestação desta terça ocorre em vários estados e é o início da mobilização dos funcionários.
ABN Real - Nesta terça, dia 17, os bancários protestam em defesa do emprego na capital paulista, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. “Já enviamos cartas exigindo a negociação, mas até agora não obtivemos retorno. Por isso é importante que os funcionários participem das atividades para pressionar ainda mais a direção do banco”, defende o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
O prazo de exclusividade do banco Barclays nas negociações para a aquisição do holandês ABN Amro – atual controlador dos bancos Real e Sudameris – deve terminar nesta quarta, dia 18. Caso o negócio não venha a ser concretizado, segundo notícias veiculadas em jornais de grande circulação, outros bancos, como o Santander Banespa, estariam dispostos a fazer ofertas pela instituição financeira.
“Surge um boato novo a cada dia e os funcionários estão apreensivos. Por isso temos reivindicado negociação com o banco para exigir a manutenção do emprego e dos direitos dos mais de 20 mil funcionários do Real e do Sudameris”, diz o diretor do Sindicato e funcionário do Real, Marcelo Gonçalves.