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No HSBC, protesto contra demissões e no Real ABN, bancários cobram negociação

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Os bancários do HSBC realizam protestos, nesta terça-feira, dia 17 de abril, na capital paulista, contra as centenas de demissões realizadas pelo banco inglês no Brasil. A categoria exige a suspensão do processo iniciado na semana passada e que pode atingir um funcionário por agência. “Temos informações de que esse número pode chegar a mil, num dos maiores movimentos de demissão em massa do HSBC, desde que chegou ao país há dez anos”, disse Paulo Rogério Cavalcante, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Dias depois de a direção do HSBC garantir que não havia nenhum processo de demissões em curso, o banco mandou embora cerca de 390 funcionários. As dispensas acontecem quando banco e representantes dos trabalhadores estavam em pleno processo de negociação. No último dia 4, o Sindicato havia se reunido com a direção do banco para discutir as mudanças na base tecnológica da empresa que provocará o encerramento dos centros de serviços – a Revisão do Modelo Operacional (RMO) e o HSBC afirmou que não haveria demissões.

Agora, as dispensas são justificadas pela empresa como uma “reestruturação”. O banco afirma estar mudando o perfil dos negócios e não quer quantidade de contas, mas qualidade. Assim, a maioria dos bancários que está perdendo os empregos é gerente de aquisição. Uma escolha aleatória que demonstra o descaso com os trabalhadores. E o HSBC ainda tem a pretensão de ser a melhor empresa para se trabalhar.

“Eles enganaram os bancários e isso é inadmissível, por isso vamos protestar. As demissões são um absurdo, pois o HSBC registrou no ano passado o maior lucro desde que começou a operar no Brasil, R$ 946,7 mi, praticamente o valor que pagou pelo Bamerindus (R$ 1 bi). Isso veio às custas do suor do bancário que não pode ser penalizado agora. E mais, existem vários setores com falta de pessoal onde os funcionários podem ser aproveitados”, afirma Paulo Rogério Cavalcante Alves, destacando que a manifestação desta terça ocorre em vários estados e é o início da mobilização dos funcionários.

ABN Real - Nesta terça, dia 17, os bancários protestam em defesa do emprego na capital paulista, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. “Já enviamos cartas exigindo a negociação, mas até agora não obtivemos retorno. Por isso é importante que os funcionários participem das atividades para pressionar ainda mais a direção do banco”, defende o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

O prazo de exclusividade do banco Barclays nas negociações para a aquisição do holandês ABN Amro – atual controlador dos bancos Real e Sudameris – deve terminar nesta quarta, dia 18. Caso o negócio não venha a ser concretizado, segundo notícias veiculadas em jornais de grande circulação, outros bancos, como o Santander Banespa, estariam dispostos a fazer ofertas pela instituição financeira.

“Surge um boato novo a cada dia e os funcionários estão apreensivos. Por isso temos reivindicado negociação com o banco para exigir a manutenção do emprego e dos direitos dos mais de 20 mil funcionários do Real e do Sudameris”, diz o diretor do Sindicato e funcionário do Real, Marcelo Gonçalves.
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