Não às demissões. Essa é a principal preocupação dos dirigentes do Sindicato em relação às fusões. No caso do Itaú Unibanco, a rodada de negociação realizada no último dia 7 garantiu para os trabalhadores um centro de realocação profissional interno que tem por objetivo evitar demissões transferindo os funcionários dos dois bancos para possíveis vagas. Os bancários que quiserem se inscrever no centro de realocação podem fazê-lo a partir desta quinta, dia 9, por meio do Portal Pessoas, do Itaú, e do Portal Unibanco.
Outro programa, o Faça Sua Carreira na Rede, também está acertado. Voltado somente para o pessoal das áreas administrativas – onde haverá mais sobreposição de funções com a fusão – que migrarão para agências bancárias, o programa prevê qualificação e treinamento para todos os trabalhadores. “É importante que, além disso, os processos de avaliação de desempenho levem em conta um período de adaptação para esses bancários transferidos. Não dá para exigir a mesma performance de um trabalhador que está há anos no mesmo serviço e outro que está assumindo a função agora”, avisa, Luiz Cláudio Marcolino, o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Agências – De acordo com os diretores do banco, as novas agências seguiram o modelo das do Itaú, que contam com mais funcionários voltados para o atendimento, com uma base operacional e comercial mais forte.
“Diante disso, sugerimos à direção da empresa que crie pelo menos dois novos cargos por agência: um de assistente de gerente e outro de gerente pessoa física. O número de contas por gerente está muito alto e pode ser dividido. Isso melhoraria a qualidade do atendimento, reduziria a pressão do Agir (programa de metas) e, o mais importante, criaria vagas, evitando demissões na fusão”, afirma. “Está claro, o banco não tem porque demitir. São duas grandes empresas, fortes, com excelente saúde financeira e milhões de clientes por todo o Brasil. Para essa fusão ter o resultado que vem sendo anunciado, são necessários ainda mais bancários do que os quadros dos dois bancos já mantêm”, diz Marcolino, destacando que o banco ainda está devendo uma garantia de emprego por tempo determinado, para dar tranqüilidade aos seus empregados, durante a fusão.
Aposentadoria – O banco está analisando outra reivindicação do Sindicato: a criação de um programa de incentivo às aposentadorias, com o objetivo de abrir vagas e evitar demissões.
Conheça as regras do programa de realocação
> O bancário pode participar de até oito processos de realocação por ano, podendo ser até três ao mesmo tempo;
> Bancários do Itaú e Unibanco estão em igualdade de condições, seja qual for a vaga disponível;
> Os processos seletivos consistem em análise do currículo, dinâmica de grupo, entrevista individual com o gestor solicitante da vaga e retorno a todos os candidatos;
> Podem se inscrever bancários admitidos há mais de um ano seja no Itaú ou no Unibanco. Em casos de promoção de cargo na mesma área há carência de seis meses, e para transferência há carência de um ano.
Ações judiciais – Itaú e Unibanco ainda não providenciaram o levantamento, solicitado pelo Sindicato, sobre as dispensas ocorridas nos últimos três meses de bancários que moveram ações civis ou trabalhistas contra a empresa.
Enquanto isso não acontece, o Sindicato não vai homologar demissões de bancários com ações judiciais contra esses bancos. “Denúncias continuam chegando ao Sindicato e, se essa perseguição existe, viola um direito fundamental de qualquer trabalhador. Não vamos homologar porque vamos pedir a reintegração de todos os bancários que estiverem nessa situação”, ressalta o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Imagem Destaque