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Bancários do Santander vão às ruas nesta quinta, 29, contra demissões

Linha fina
Dia Nacional de Luta acontece após divulgação do balanço e na mesma data de assembléia que decidirá sobre extinção do Real
Imagem Destaque
Os bancários do Grupo Santander vão às ruas nesta quinta-feira, 30, para cobrar a melhoria da Participação dos Lucros e Resultados (PLR), denunciar o pagamento de mega bônus aos executivos e protestar contra as demissões que o banco insiste em fazer, apesar dos acordos feitos com o Sindicato que sugeriu alternativas contra as demissões no processo de fusão entre o banco espanhol e o Real. O protesto tem início às 10h, com uma caminhada pelas ruas do centro velho da capital paulista, a partir da Praça do Patriarca.

Assembléia de acionistas – O ato do Dia Nacional de Luta acontece na mesma data das assembléias de acionistas, em São Paulo, para deliberar sobre a incorporação do banco Real e sua extinção, distribuição de lucro líquido do exercício de 2008 e de dividendos e para fixar a remuneração global anual dos administradores da companhia.

Demissões – Apesar de todo processo de negociação com o Sindicato para construir alternativas às demissões, que durou sete meses, o Grupo Santander extinguiu mais de 3.300 postos em 12 meses, encerrados em março de 2009. De acordo com o balanço no primeiro trimestre de 2008, o banco que empregava 55.395 bancários, encerra o primeiro trimestre deste ano com 52.088 trabalhadores. Só nos primeiros três meses de 2009, foram fechados cerca de mil postos de trabalho.

Em março deste ano, já estava em pleno vigor o plano de incentivo à aposentadoria e de licença remunerada, que tem como objetivo estimular a criação de vagas com a saída dos aposentados e evitar demissões. Além disso, desde o ano passado está em funcionamento o centro de recolocação profissional.

“Todos estão fazendo sua parte, menos o banco espanhol que demitiu os trabalhadores sem motivo, visto o lucro que tem contabilizado. Queremos respeito aos trabalhadores e aos brasileiros. Não é possível seguir essa política de ficar com o lucro gerado pelos brasileiros e demiti-los”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Balanço, lucro e bônus – O balanço divulgado nesta quarta, 29, pelo Santander, demonstra que o banco mantém a mesma política de amortizar o ágio pela aquisição do Real e reduzir o lucro, o que impacta como prejuízo apenas aos trabalhadores que recebem PLR reduzida, mas não para acionistas e executivos que continuam ganhando dividendos e bônus milionários.

O lucro do banco no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 419 mil, menor do que os R$ 447 mil amortizados no mesmo período. O Santander manteve a política do ano passado, quando retirou outros R$ 571 mil para o mesmo fim. Considerando que o ágio pode ser abatido em até 10 anos, serão necessários em média R$ 2,6 bilhões por ano para abater o surpreendente ágio de R$ 26 bilhões, divulgado pelo banco espanhol, com a compra do Real.

Em 31 de outubro de 2008, o presidente do banco, Emílio Botin, afirmou que o lucro para o ano no Brasil seria de R$ 4,8 bi. Porém, o resultado oficial foi de R$ 2,759 bi, uma brusca redução em torno de R$ 2 bi no último bimestre, apesar da junção dos bancos. Na prática, a soma de um banco mais um banco, ficou igual a um.

“Só os bancários perderam, já que os executivos do banco, apesar do sumiço de R$ 2 bilhões do lucro, não tiveram prejuízo. Há casos de superintendentes e diretores do Santander que chegaram a receber R$ 1,4 milhões em bônus. “Queremos igualdade de direitos”, disse Rita Berlofa, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
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