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Juros ainda estão entre os maiores do mundo

Linha fina
Spread bancário no Brasil é o maior que na China, África do Sul, Rússia e grande parte da América do Sul
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São Paulo – A taxa de juros ao consumidor no mês de março fechou em 5,40% ao mês, recuo de 0,02 ponto percentual em relação a fevereiro, de acordo com dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Na comparação com março de 2011, a redução foi maior: 0,93 ponto percentual, já que naquele mês a taxa média de juros para pessoa física estava em 6,33% ao mês

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Apesar da queda, a taxa ainda está bem acima da Selic, atualmente em 7,25% ao ano. Spread brasileiro deixa também para trás Brics e maioria da América Latina.

Segundo levantamento da Anefac divulgado nesta segunda-feira 15, desde julho de 2011 até março de 2013, a taxa básica de juro foi reduzida em 42% ao passar de 12,50% para os atuais 7,25% ao ano, enquanto os juros ao consumidor apresentaram redução de 27%, de 121,21% para 87,97% em março, sempre ao ano.

Apesar de já estarem nas alturas, a Anefac acredita que as taxas das operações de crédito voltarão a se elevar nos meses, dando fim a uma sequência de quatro reduções seguidas.

Spread - De acordo com levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) com dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), dentre os países dos Brics, o Brasil possui o maior spread bancário (12,2% ao ano), bem à frente da a Rússia (3,57% a.a.), África do Sul (3,30% a.a.) e China (3,00 % a.a.). A Índia não teve seus dados disponibilizados.  

Spread bancário é a diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa cobrada ao cliente final, e serve como indicador para mensurar as taxas de juros.

Em um grupo de nove países da América Latina, apenas Paraguai (25,1%) e Peru (16,78% a.a.) possuem valores maiores que o Brasil. Em seguida estão Bolívia (9,51%) Colômbia (7,22% a.a.), Uruguai (6,74% a.a.), Chile (4,26%), México (3,64% a.a.), Argentina (2,04% a.a.) e Venezuela (1,87% a.a.). Os números são relativos a 2012.

Para o levantamento foram escolhidos países que possuem alguma similaridade com o Brasil, como por exemplo, a África do Sul, dos Brics, Uruguai e Paraguai, que integram o Mercosul, ou a ainda a Colômbia e o México, que são economias consideráveis na América Latina.

Banco do Brasil e Caixa – As diminuições dos juros no Brasil começaram no ano passado, quando os bancos públicos federais deram início a uma política de redução das taxas cobradas aos clientes. Em abril de 2012, o Banco do Brasil anunciou um plano de redução de juros e de aumento dos limites de crédito para pessoas físicas e para micro e pequenas empresas.  Um dia depois, foi a vez da Caixa anunciar seu plano de redução dos juros bancários. Na esteira dos bancos estatais, vieram as reduções dos bancos privados.


Redação – 15/04/2013

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