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Bancários do Itaú demitidos na pré-aposentadoria

Linha fina
Convenção Coletiva assegura estabilidade para trabalhadores da categoria prestes a se aposentar
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São Paulo – Após anos de dedicação profissional, muitas vezes dentro da mesma instituição financeira, bancários estão sendo demitidos próximos à estabilidade pré-aposentadoria. Esse é o caso de uma funcionária do Itaú, dispensada após 27 anos no banco, quando já planejava sua aposentadoria. “Estamos cobrando a reintegração da trabalhadora e esperamos uma resposta do banco. Isso tem se tornando frequente no Itaú, há casos em todas as regiões”, critica Marcia Basqueira, diretora do Sindicato.

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) Nacional da categoria prevê que no período de pré-aposentadoria o bancário tem garantida de estabilidade. Ela se aplica por 12 meses imediatamente anteriores à complementação do tempo para aposentadoria proporcional ou integral aos que tiverem no mínimo cinco anos de vinculo empregatício com o banco. Para os que possuem mínimo de 28 anos de vínculo a estabilidade se inicia 24 meses antes. Para as bancárias, os 24 meses se aplicam com o mínimo de 23 anos de vínculo ininterrupto com o mesmo banco.

“O banco tem feito o desligamento de bancários próximos à estabilidade pré-aposentadoria alegando performance, produtividade, perfil, eixo etc. Quando o funcionário já está para se aposentar, já desenhou o que irá fazer, já se planejou, aí vem o banco e diz que após tantos anos de trabalho você não serve mais? O Itaú lucra tanto e vive pregando que cumpre o papel social, só não consigo enxergar onde”, reforça Basqueira.

Um agravante para a situação é que por conta da idade esses bancários encontram grande dificuldade para completar a contribuição à Previdência. O mercado de trabalho ainda é resistente a profissionais acima dos 50 anos de idade, por isso, esses demitidos não conseguem uma recolocação facilmente e como consequência não têm condições de contribuir o tempo restante para a aposentadoria. “Imagina se doar para o banco por tantos anos e terminar sendo dispensado dessa maneira”, ressalta a dirigente, lembrando que o Sindicato está atento para que os casos não se tornem uma prática comum nos bancos.


Luana Arrais – 8/4/2015

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