São Paulo – Os professores da rede estadual de ensino de São Paulo, em greve desde 13 de março, definiram em assembleia na sexta 17 novo calendário de mobilização. Na quinta-feira 23, a diretoria do sindicato da categoria (Apeoesp) vai se reunir com o secretário de Educação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), Herman Jacobus Cornelis Voorwald, para discutir a pauta de reivindicações. Durante a reunião, os professores vão se concentrar em frente à sede da secretaria, na Praça da República, onde realizarão o “envelopamento” do prédio com os holerites. Eles reivindicam aumento salarial de 75,33%.
Na véspera, uma caravana de professores seguirá para Brasília para participar dos atos convocados pelas centrais sindicais contra o Projeto de Lei 4.330, que legaliza a terceirização. Também serão realizadas reuniões dos comandos de greve regionais e a categoria vai participar de audiência publica no plenário Juscelino Kubitschek, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Na sexta 17, após a assembleia que decidiu pela continuidade da paralisação, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, os professores saíram em passeata pela avenida 23 de Maio, chegando à Praça da República, onde se juntaram ao Ato Unificado do Funcionalismo, convocado pela Fórum do Funcionalismo Público.
Para a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, o descontentamento dos servidores de diferentes categorias mostra que o problema que envolve não só os trabalhadores, mas a população. "Queremos valorização, afinal, nós prestamos serviços à sociedade, que tem por direito um serviço público de qualidade."
Por meio de nota à imprensa, ontem, a Secretaria da Educação lamentou "a insistência de uma única entidade em continuar uma greve política, desnecessária e que permanece com baixa adesão". A secretaria informou que o índice de comparecimento de professores foi de 93% nas salas de aula durante a semana, número contestado pela Apeoesp, que calcula a adesão em 70%. "A pasta se mantém disposta a negociar e tem nova reunião agendada com a Apeoesp para o dia 23 de abril, o sexto encontro apenas este ano."
O coordenador do Fórum do Funcionalismo, que é diretor da Apeoesp e vice-presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, criticou a postura do governo Alckmin, que não respeita a data-base, em 1º de março. As reivindicações comuns do funcionalismo são cumprimento da mesa de negociação coletiva no serviço público; reajuste do tíquete-refeição; reposição de perdas salariais e aumento real de salários; cumprimento da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre a negociação coletiva no setor público; fim da terceirização e da privatização; contratação por meio de concurso público; defesa do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) e do Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME) e retorno de suas gestões à Secretaria Estadual de Saúde.
Calendário de mobilização
Quarta-feira (22)
Caravana a Brasília para atos contra o PL 4.330
Manhã – reuniões dos comandos de greve regionais
Tarde – Audiência publica no plenário Juscelino Kubitschek, Alesp
Quinta-feira (23)
7h – fechamento das principais rodovias estratégicas no estado
11h – vigília na Praça da República, durante a reunião da Apeoesp com o secretário da Educação
Tarde – assembleias regionais
Sexta-feira, 24
Assembleia estadual, às 14h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista
Rede Brasil Atual - 20/4/2015