Pular para o conteúdo principal

Bancos cortaram 1.671 postos de trabalho em março

Linha fina
No primeiro trimestre, já são 2.454 empregos a menos; Dados do Caged apontam ainda que salário dos admitidos corresponde a somente 58% do que ganhavam os trabalhadores que deixaram o setor
Imagem Destaque
São Paulo - Apesar de ser um dos setores que mais lucram no país, os bancos brasileiros continuam registrando, mês após mês, saldo negativo de empregos. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, o setor extinguiu 1.671 vagas formais em março. Esse número corresponde à diferença entre os 3.058 desligados e os 1.387 admitidos no terceiro mês do ano. No primeiro trimestre, o setor financeiro já cortou 2.454 postos de trabalho.

“Em 2015, somente os cinco maiores bancos com operações no Brasil (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa) lucraram R$ 70 bilhões, crescimento de 16% em relação ao ano anterior. Não existe qualquer justificativa para cortes de postos de trabalho”, destaca a diretora executiva do Sindicato Marta Soares.

Salários – Os dados divulgados pelo Caged apontam ainda como o setor bancário maximiza seus lucros com a rotatividade dos trabalhadores. Segundo o levantamento, os admitidos em março ingressaram no setor com salário médio de R$ 4.056,46, ou 58% do que recebiam os desligados, que deixaram as instituições financeiras recebendo R$ 6.948,52 em média. 
Se analisados os três primeiros meses de 2016, essa diferença fica maior. Os admitidos recebiam em média R$ 3.527,60, ou 53% do que recebiam os desligados, que saíram com ganho médio de R$ 6.658,64.

Caixa – A Caixa Federal, que no Caged aparece isolada na categoria “caixas econômicas”, também contribuiu com o saldo negativo. Em março, o banco público cortou 257 postos de trabalho. Nos três primeiros meses do ano, os bancos extinguiram 2.454 postos de trabalho, com a Caixa responsável por 449 desses cortes.

“A luta do Sindicato sempre será em defesa dos empregos bancários e por mais contratações nos bancos públicos e privados. Um setor como o financeiro, com uma lucratividade imensa, deve respeitar seus trabalhadores e a população em geral, que depende dos seus serviços”, conclui Marta Soares.


Felipe Rousselet – 27/4/2016
seja socio