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Chapéu
Estudo

Saneamento básico universal geraria R$ 537 bi em 20 anos

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Acesso irrestrito a água e esgoto tratados traria também impactos positivos na saúde da população, no meio ambiente e também na economia, diz Trata Brasil
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Foto: Agência Brasil (Arquivo)

São Paulo – Se o Brasil investir na universalização do saneamento básico e garantir acesso à água tratada, coleta e tratamento de esgoto para toda a população num prazo de até 20 anos, os ganhos econômicos seriam de até R$ 537 bilhões, com impactos na saúde da população, educação, produtividade, meio ambiente e até mesmo no valor dos imóveis. É o que conclui o estudo produzido pelo Instituto Trata Brasil intitulado Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro, divulgado na semana anterior. 

Segundo Fernando Garcia, economista e pesquisador do Instituto, em entrevista à Rádio Brasil Atual nesta terça-feira 18, os dados do levantamento foram compilados a partir de estatísticas oficiais. "Hoje, temos, no Brasil, uma situação em que praticamente metade da população tem seu esgoto residencial retornando ao meio ambiente sem qualquer tipo de tratamento. Isso tem causado impacto ambiental muito severo, como deterioração de áreas urbanas nos grandes centros. Também eleva a frequência de doenças e infecções causadas pela falta de esgotamento sanitário."

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do ministério das Cidades, atualmente, são 34 milhões de brasileiros que não têm acesso à tratada, 100 milhões não tem coleta de esgoto, e do que é coletado somente 42% é tratamento. 

Baseado nos números revelados pelo estudo, Fernando explica, que, com a chegada do saneamento numa determinada região, não é só a saúde da população que melhora, com a redução de doenças. "Significa também níveis menores de afastamentos no trabalho e na escola. Acaba tendo efeitos indiretos na produtividade e no desempenho dos estudantes. 

Fernando estima que, para alcançar a meta da universalização em até 20 anos, são necessários investimentos anuais da ordem de R$ 16 bilhões por ano, montante que ele classifica como "factível". Ele afirma, ainda, que tais investimentos atrairiam o interesse de empresas de projetos e construtoras e colaboraria com a redução do desemprego. 

Outra consequência óbvia da chegada do saneamento, segundo o pesquisador do Trata Brasil, é a redução da degradação ambiental e valorização das propriedades. 

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