Em 16 de abril, o Sindicato completa 96 anos. Durante todo o mês, haverá debates em torno da democracia, resistências das entidades sindicais e a luta pelo fortalecimento dos direitos dos trabalhadores. Além de sorteio de prêmios para os sindicalizados, e eventos diversos.
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Nesse quase um século de história, tivermos conquistas marcantes como a jornada de seis horas semanais, auxílio-creche, fim do trabalho aos sábados, vales refeição e alimentação, PLR, 13ª cesta-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, licença-paternidade ampliada de 20 dias, igualdade de direitos para casais homoafetivos, instrumento de combate ao assédio moral, entre outras (veja cronograma das principais conquistas abaixo).
> Conheça as principais lutas do Sindicato nesses 96 anos de história
“São 96 anos de resistência, luta e conquistas. Muitos bancários que entraram recentemente na categoria acham que nossos direitos foram dados pelos bancos e não percebem que são conquistas, que vieram de muita organização dos trabalhadores. E é importante que a nossa história seja contada pelos trabalhadores que participaram dessas lutas todas, com a união de toda a categoria”, diz Ivone Silva, presidenta do Sindicato.
O Sindicato sempre se manteve atuante no cenário político, econômico e social. A entidade se mantém nas ruas contra a reforma da Previdência, que vai prejudicar principalmente os trabalhadores mais pobres. Defendemos o fortalecimento dos bancos públicos para manter os investimentos no país, em saúde, educação, agricultura familiar e infraestrutura.
Relembre as principais conquistas dos bancários
PLR, vale-alimentação, auxílio-creche, licença-maternidade de seis meses, jornada de seis horas, reajustes acima da inflação que garantiram aumento real de 21,8% desde 2004, descanso aos sábados. Tudo isso não são “benefícios” que os bancos concedem aos seus empregados. São direitos conquistados com a luta e a organização da categoria bancária ao longo de 96 anos de existência do sindicato. Confira algumas das conquistas que você tem direito graças ao Sindicato
1933 – Conquista da jornada de seis horas de trabalho;
1934 – Primeira greve geral da categoria, com conquista da estabilidade a partir dos dois anos de trabalho e criação do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Bancários (IAPB), extinto em 1967, durante a ditadura militar;
1957 – Garantia de recebimento de horas extras e da aposentadoria por tempo de serviço;
1961 – A “Greve da Dignidade” conquista o Adicional por Tempo de Serviço (ATS). Em campanha junto com outras categorias, os bancários e os trabalhadores brasileiros garantiram o 13º salário;
1962 – Fim do trabalho aos sábados;
1981 – Conquista do auxílio-creche;
1982 – Unificação da data base de toda a categoria em 1º de setembro;
1983 – Criação da Central Única dos Trabalhadores;
1985 – Formação do primeiro Comando Nacional e deflagração da primeira greve nacional da história da categoria após o regime militar. Empregados da Caixa são reconhecidos como bancários e conquistam a jornada de seis horas e o direito à sindicalização;
1990 – Conquistado o vale-refeição;
1991 – Unificação nacional dos pisos salariais;
1992 – Assinatura da primeira Convenção Coletiva de Trabalho válida para todo o país;
1994 – Conquista do vale-alimentação;
1995 – Bancários são a primeira categoria a conquistar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em Convenção Coletiva de Trabalho;
1997 – Luta conquista a complementação salarial para bancários afastados por doença ou acidentes e a verba de requalificação profissional na demissão;
2000 – Inclusão na CCT da cláusula sobre igualdade de oportunidades;
2003 – Primeira campanha salarial unificada da categoria bancária com a inclusão dos bancários do BB e da Caixa. Após greve, trabalhadores dos bancos públicos conquistam a mesma PLR dos bancos privados;
2004 – Conquista, com a greve de 30 dias, de aumento acima da inflação, o que se repetiu por 12 anos seguidos;
2006 – Pela primeira vez, BB e Caixa assinam a Convenção Coletiva de Trabalho com os demais bancos. Implantação de grupo de trabalho para debater assédio moral;
2007 – Conquista da 13ª cesta-alimentação e do valor adicional à Participação nos Lucros e Resultados;
2009 – Licença-maternidade de 180 dias. Mudança no modelo de cálculo e melhorias da PLR adicional. Extensão de direitos aos casais homoafetivos;
2010 – Instrumento de combate ao assédio moral e a valorização do piso salarial. Na segurança ficou assegurado: a obrigatoriedade do registro de BO, a divulgação de estatística semestral do setor, a garantia de transferência do bancário de agência em caso de sequestro e atendimento psicológico no pós-assalto;
2011 – Valorização do piso salarial e da PLR. Proibição da publicação do ranking de performance no cumprimento de metas, usado para pressionar e assediar os trabalhadores. Na segurança, ficou proibido o transporte de valores por bancários;
2012 – Afastados por problemas de saúde, que ficam sem o salário e sem o benefício do INSS enquanto aguardam perícia ou devido à alta programada, passam a ter sua remuneração mantida. Conquista do segundo Censo da Diversidade (o primeiro foi realizado em 2008) com o objetivo de averiguar as condições de mulheres, negros e PCDs nas empresas. Os dados foram colhidos e divulgados em 2014;
2013 – Sindicato conquista o abono-assiduidade, que garante o direito a folgar um dia durante o ano. O combate ao assédio moral é ampliado com a proibição de envio de mensagens aos celulares dos funcionários para a cobrança de metas. Foi conquistada a não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados por doença ocupacional;
2014 – Aumento real para os salários; bancos passam a custear exames de CPA-10 e CPA-20 exigidos pelas instituições financeiras, se o bancário for aprovado. Mulheres que forem demitidas e engravidarem durante o aviso prévio proporcional serão readmitidas. Cláusula específica para combater as metas abusivas;
2015 – Mais um ano consecutivo de aumento salarial acima da inflação, além de reajuste ainda maior para vales refeição, alimentação e 13ª cesta. Combate ao assédio moral e às metas abusivas segue com a conquista de uma nova cláusula que trata de ajustes na gestão das instituições de modo a reduzir as causas de adoecimento;
2016 – Pela primeira vez, os bancários fecharam acordo válido por dois anos, que se mostrou extremamente importante diante da aprovação da reforma trablhista, que acabou com a validade dos acordos coletivos até sua renovação. Em 2017, a proposta garantiu 1% de aumento real para os salários e nas demais verbas. Todos os direitos foram garantidos;
2018 e 2019 – Mesmo em conjuntura adversa resultante da reforma trabalhista, a categoria bancária, organizada em seus sindicatos, conseguiu fechar um acordo de dois anos que manteve todos os direitos da CCT e ainda conquistou reajuste de 5% sobre salários e demais verbas (como PLR, VA e VR) – com aumento real de 1,31% em 2018 – e garantia de 1% de aumento real em 1º de setembro deste ano. Além disso, avançou em novas conquistas, como o parcelamento do adiantamento das férias e a realização de novo censo da diversidade, para avançar na promoção da igualdade de oportunidades nos bancos para mulheres, negros e PCDs. Em uma primeira reunião com a Fenaban, ficou acertado que este novo censo seria complementado com a criação de agentes da diversidade nos locais de trabalho: um bancário responsável por promover debates sobre o tema. A segunda reunião já marcou o calendário de realização do censo.