Atividade lúdica circense, com distribuição de Folha Bancária especial direcionada aos trabalhadores do Bradesco, muita conversa e interação com os funcionários. Foi assim que o Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região lançou, nesta quarta-feira 3, na Cidade de Deus, matriz do banco, a Campanha em Defesa dos Empregos no Bradesco, uma resposta à reestruturação anunciada pela instituição financeira.
“Usamos a referência circense e o caráter lúdico da manifestação para falar de um assunto muito sério: do quanto cada profissional é importante na construção do lucro do banco, portanto, merece respeito e merece ter seu emprego resguardado”, destaca o diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco Márcio Rodrigues.
Reestruturação
O Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 16,3 bilhões em 2023. Na apresentação do balanço ao mercado, em fevereiro, o banco anunciou uma série de mudanças estruturais, para os próximos cinco anos.
Entre as medidas estão a contratação direta de cerca de 3 mil bancários para a área de Tecnologia da Informação (TI) e a criação do segmento Alta Renda Afluente, que terá um atendimento com menor número de clientes por carteira. O banco também fechará agências físicas e esse processo já começou: entre o final de 2019 e dezembro de 2023, foram extintas 1.783 agências e 703 postos de atendimento bancário, segundo dados do próprio balanço da empresa.
Assim que anunciou a reestruturação, o Sindicato reuniu-se com o banco para cobrar a manutenção dos empregos, com realocação de funcionários para outras áreas e requalificação para novas funções. A entidade cobrou ainda que o processo seja realizado em constante diálogo com a representação dos trabalhadores.
Campanha
“A defesa do emprego dos funcionários é pauta constante nas mesas de negociação com o banco desde que foi anunciada a reestruturação. O Bradesco tem afirmado, nessas reuniões, que os empregos serão preservados, mas o Sindicato está alerta. Demos início hoje à Campanha e vamos levá-la para outros locais de trabalho no banco, em todas as regiões da base do Sindicato”, anuncia o dirigente.
Somente nos municípios da base de atuação do Sindicato, o Bradesco encerrou mais de 18 unidades em março e, segundo apurações, outras serão fechadas em abril.
“Todo esse processo deixa os trabalhadores apreensivos, com medo de serem demitidos. Por isso estamos na luta, visitando os locais de trabalho e conversando com os bancários”, acrescenta Márcio.
