
Os bancos eliminaram, nos últimos 12 meses, 4.171 postos de trabalho bancários. É o que revela a Pesquisa do Emprego Bancário (PEB) referente ao primeiro bimestre de 2024, elaborada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).]
Em relação aos dois primeiros meses de 2024, a pesquisa mostra a abertura de 1.074 postos de trabalho. Porém, o economista Gustavo Cavarzan, do Dieese, alerta que este número é resultado da convocação dos aprovados no concurso do Banco do Brasil. “Basta ver que a ampliação de vagas no período está associada, particularmente, à criação de vagas de ‘escriturário’. Se desconsiderarmos esta movimentação extraordinária, o saldo seria de 543 postos de trabalho a menos neste período”, explica.
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Ramo financeiro
Apesar do corte de milhares de postos de trabalho bancários, quando analisado o saldo do emprego no ramo financeiro - do qual o setor bancário faz parte, e puxou o número de vagas para baixo – foram criados 20,5 mil postos de trabalho nos últimos doze meses. Uma média de novos 1,7 mil postos de trabalho por mês, com destaque para cooperativas de crédito e securitários, com 16,3 mil novos postos de trabalho em 12 meses.
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"É preciso mudar a lógica do sistema financeiro que tira os bancários da categoria para flexibilizar o contrato de trabalho e mudar o conceito de categoria, pois enquanto os postos de trabalho entre os bancos diminuem, os postos de trabalho nas cooperativas, fintechs, e terceirizadas aumentam", destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro.
“Quando um trabalhador deixa a categoria bancária, ele perde inúmeras conquistas da nossa CCT. Os bancos precisam explicar a razão para o corte de tantos postos de trabalho.O setor bancário, que opera por meio de concessões públicas, tem o dever de proporcionar um bom atendimento para a população e colaborar para o desenvolvimento econômico e social do país, e não para o aumento da taxa de desemprego”, acrescenta a secretária de Estudos Sócio-Econômicos do Sindicato, Ana Marta Lima.
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