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Executiva do Goldman Sachs denuncia assédio moral após ser mãe. Saiba como denunciar ao Sindicato

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Imagem meramente ilustrativa de uma mulher, com aparência triste, na mesa de trabalho

A executiva Carolina Ragazzi, ex vice-presidente de varejo do banco Goldman Sachs, uma das maiores instituições financeiras do mundo, expôs ter sido vítima de assédio moral após se tornar mãe e retornar da licença-maternidade. A executiva tornou seu caso público em entrevista para as jornalistas Raquel Landim e Cristina Fibe, publicada no site Universa, do UOL.

Na entrevista, Carolina revela que foi excluída de projetos importantes no seu retorno da licença-maternidade; sofreu críticas de colegas por fazer parte do trabalho de casa para participar da rotina dos filhos; foi preterida de promoções; teve sua remuneração reduzida; e foi alvo de humilhações de colegas em grupos de WhatsApp.

Para piorar a situação, a executiva não teve qualquer resposta efetiva após fazer recorrentes denúncias para a sua chefia, o que a levou a adoecer e desenvolver crises de pânico. Depois de retornar de afastamento médico, Carolina foi demitida nos primeiros minutos de uma reunião de avaliação de uma denúncia formal feita por ela ao banco.

"Pouco a pouco, fui sendo minada, excluída das rodas de decisão. Fui tendo meu poder esvaziado, obviamente, com o tempo isso afetou minha remuneração. Mas tudo foi acontecendo de forma muito gradativa. Não foi da água para o vinho. Na maior parte das vezes, havia um discurso que isoladamente parecia fazer sentido. Mais para frente eu fui descobrindo que era mentira, foi ficando recorrente. Sempre era uma manipulação brutal", relatou a executiva em entrevista ao Universa.

"O caso desta executiva do Goldman Sachs coloca em evidência duas chagas que afetam as relações de trabalho no setor financeiro. O assédio moral, na maior parte das vezes utilizado como ferramenta de gestão dentro de um ambiente que estimula uma competição extremamente agressiva para o cumprimento de metas abusivas; e o machismo, que se manifesta na desigualdade de remuneração entre homens e mulheres; nas barreiras para que as mulheres cresçam na carreira; e, quando elas conseguem romper estas barreiras, ainda podem ser vítimas de violência de gênero, como evidencia o caso de Carolina"

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

Denuncie

A presidenta do Sindicato alerta que a forma mais segura de denunciar o assédio, seja moral ou sexual, e qualquer outra forma de discriminação e violência de gênero, é através do Canal de Denúncias do Sindicato, que garante apuração e retorno efetivos do caso, além do total sigilo sobre a identidade do denunciante.

"O Sindicato, ao londo de décadas de luta, conquistou mecanismos de combate ao assédio e a discriminação de gênero. Um destes mecanismos é o nosso Canal de Denúncias, previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Através dele, garantimos que as denúncias sejam apuradas, com prazo para retorno e total sigilo do denunciante", explica a presidenta do Sindicato.

Sindicato na luta contra o assédio e o machismo

Não é benefício! É conquista!

Todos os direitos dos bancários e bancárias previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria como, por exemplo, a jornada de seis horas, a PLR, os vales refeição e alimentação e as licenças-maternidade e paternidade ampliada não são benefícios dos bancos.

São conquistas da organização e luta da categoria, negociadas pelo Sindicato, por meio do Comando Nacional dos Bancários, nas campanhas nacionais dos bancários.

Para defender estes direitos, avançar para novas conquistas, lutar por melhores condições de trabalho, contra o assédio e qualquer forma de violência no trabalho, além de buscar a valorização cada vez maior da categoria, é essencial que bancários e bancárias façam a sua sindicalização (preencha o formulário abaixo). Juntos somos mais fortes!

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