Após a mobilização dos trabalhadores do Banco do Brasil, o presidente da instituição financeira, Antônio Francisco de Lima Neto, reuniu-se com representantes dos bancários e do movimento sindical pela primeira vez após o anúncio do plano de reestruturação imposto pela direção do BB.
No encontro realizado nesta segunda-feira, dia 21, no Ministério do Trabalho, apesar de negar-se a suspender a implementação do plano de reestruturação, a direção do Banco do Brasil reabriu o processo de negociação com os representantes dos trabalhadores e do movimento Sindical.
“Só houve alteração em questões pontuais, mas vamos continuar insistindo, sobretudo para que o banco reveja a redução do número de caixas nas agências que, se mantida, só irá contribuir para o aumento da sobrecarga de trabalho e para a piora no atendimento ao cliente”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Sobre terceirização, a direção do BB afirmou que ela continuará a acontecer, pois dizem estar "dentro da lei".
No encontro de hoje ficou garantido aos trabalhadores que não se enquadrarem em uma nova função com vencimento compatível ao do cargo anterior – em razão da reestruturação – o direito de receber o mesmo salário, sem perda de comissionamento, até 31 de dezembro de 2007.
Também foram estendidas as regras para os trabalhadores que quiserem aderir ao Plano de Aposentadoria Antecipada (PAA). A opção ao PAA dever ser feita até 30 junho, mas aceitará adesões de quem se aposentar até 31 de dezembro de 2007.
Nas próximas reuniões, além de questões referentes ao plano de reestruturação serão discutidas reivindicações sobre o Plano de Cargos e Salários.
O plano de reestruturação do banco prevê, entre outras medidas, o fechamento de caixas nas agências, apesar de o próprio banco reconhecer que o atendimento será prejudicado. Os trabalhadores que não aderirem ao plano de demissão voluntária ou ao plano de aposentadoria antecipada podem concorrer a uma da vagas do recém-criado cargo de analista de negócios (Asneg), mas passarão a trabalhar 8 horas diárias, enquanto a jornada dos bancários é de 6 horas.
Até agora a reestruturação já atingiu a Gerel, setor que desenvolve serviços de malote, compensação, compras e engenharia que caiu de 19 para 11 unidades, o Nucac, centrais de análise de crédito, que foram reduzidas de 24 para cinco, além da extinção de 4.284 vagas de caixas.
Calendário de mobilização
Assembléia, na próxima terça-feira, dia 22, a partir das 19h na Quadra dos Bancários – Rua Tabatingüera, 192, Sé. Na quarta dia 23, no ato contra a Emenda 3, na Paulista, os bancários do BB irão protestar contra as terceirizações, que fazem parte das medidas do plano de reestruturação. No mesmo dia 23, será realizada uma audiência na Câmara dos Deputados para discutir e avaliar os reflexos deste plano de reestruturação aos trabalhadores e à população. E no domingo, dia 27, em Brasília, está programado encontro nacional aberto dos funcionários do Banco do Brasil.
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