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Bancários realizam casamento lúdico de Itaú Unibanco para cobrar melhoria na PLR

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Foi sacramentado o casamento entre Itaú Unibanco. A cerimônia lúdica realizada nessa quarta-feira 22, no Centro Empresarial Itaú Conceição (Ceic) contou com todo o aparato de um casamento de verdade: convidados, padrinhos, padre, dama de honra, troca de “alianças” (ações), juramento e a contestação da união por um dos presentes: o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

A manifestação bem-humorada, promovida pelo Sindicato, tem como objetivo denunciar que a fusão entre Itaú e Unibanco está beneficiando apenas acionistas e executivos das instituições, deixando os trabalhadores no prejuízo.

A fusão dos bancos foi anunciada em 3 de novembro de 2008 e, desde então, o enlace tem rendido frutos para as duas empresas, para os altos executivos e acionistas, menos para os bancários. Para se ter idéia de como o “matrimônio” foi bom para esse público, basta verificar que o lucro líquido ajustado subiu de R$ 17 bilhões, em 2008, para R$ 35 bilhões, em 2009. Neste ano, os dividendos dos acionistas aumentaram de 25% para 33% do lucro. E a PLR dos altos executivos entre 2008 e 2009 passou de R$ 121 milhões para R$ 225 milhões.

Revolta – Na contramão desses excelentes resultados, a PLR dos funcionários caiu de 2,2 salários no ano passado para 1,8 salário, num ano em que o banco ganhou com a isenção tributária, que passou de R$ 300 milhões para R$ 500 milhões. “Só esse valor já seria suficiente para pagar a PLR de 2,2 salários para todos diz Luiz Cláudio Marcolino”, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Cerimônia - Por volta do meio-dia, a cerimônia começou com a entrada dos padrinhos – os presidentes dos outros bancos. Logo depois vieram os noivos, pessoas jurídicas, antecedidos pela dama de honra.

Quando tudo caminhava para o final feliz, a contestação. Ao ouvir a tradicional frase do padre – “Há alguém ou alguma coisa que possa ser dita contra este casamento? Se há, que se manifeste agora ou se cale para sempre” –, o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, manifestou sua oposição à união que nada de bom significou para os trabalhadores, afirmando que apenas os acionistas e executivos dos bancos estavam se beneficiando com a fusão e os trabalhadores ficando no prejuízo.

"Na ocasião do anúncio da fusão, a direção dos dois bancos disse que a fusão seria boa para todo mundo. Nove meses mais tarde, quando saiu o balanço, ficou visível que os trabalhadores foram prejudicados, especialmente no pagamento da PLR", diz Marcolino. "

Constrangidos, os agora “recém-casados” deixaram a cerimônia sob chuva de arroz. Para os convidados, moedinhas de chocolate como lembrancinhas do enlace.
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