São Paulo – A receita com prestação de serviços levantada pelos quatro maiores bancos do país – Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander – subiu 17% no primeiro trimestre de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado. Agora, só com essa receita, os bancos pagam 142% das despesas com pessoal.
Em espécie, o arrecadado entre janeiro e março de 2012 ficou em pouco mais de R$ 20 bilhões contra cerca de R$ 17 bilhões nos três primeiros meses de 2011 para esses quatro bancos.
Apesar de o período aferido não incluir diretamente o anúncio das reduções de juros – que começou no início de abril – analistas do jornal Valor Econômico já enxergam relação de compensação entre as receitas. “É possível notar uma movimentação das instituições ligada aos anúncios de reduções de juros”, afirma o texto. “Minha percepção é que eles vão calibrar mais nas tarifas, sim, salvo em administração de fundos”, diz João Augusto Frota Salles, da consultoria Lopes Filho.
Coincidentemente, ou não, os maiores aumentos de tarifas deram-se justamente no BB e na Caixa, justamente os que apresentaram política mais ousada na redução das taxas. No Banco do Brasil a elevação beirou ou 23% e na Caixa Federal chegou a 18,6%. O Bradesco reajustou em 16,8%; o Santander, em 15,49%; e o Itaú em 12%.
Venda Casada – A Proteste (associação de defesa do consumidor) enviou ofício ao Banco do Brasil e ao Banco Central questionando a venda casada de produtos no Programa BomPraTodos, no qual estão as reduções de juros. Para a entidade, a direção do BB condiciona a disponibilidade das taxas mais baixas justamente à aquisição de pacotes de serviços tarifados.
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Redação, com informações do Valor Econômico - 14/5/2012
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Apesar de o período não estar ligado diretamente à redução de juros, analistas já enxergam ligação entre esses quadros
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