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Dilma exige retratação da Febraban sobre juros

Linha fina
Presidenta cobra federação dos bancos depois de comentários que dão a entender que não vão ampliar crédito; Bradesco e Itaú se pronunciam
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São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff não gostou do tom usado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) em relatório sobre redução de juros assinado pelo economista-chefe da entidade, Rubens Sardenberg, e mobilizou o Ministério da Fazenda para exigir uma retratação.

No texto, divulgado na terça 8, a federação insinuou que as instituições financeiras não podem ser obrigadas a cortar suas taxas, afirmando que “você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água”. O governo interpretou a frase como uma provocação em meio à polêmica sobre as reduções para pessoas físicas e empresas no Brasil. A presidenta cobrou que a Febraban voltasse atrás no tom usado na nota e banqueiros tentaram desfazer o mal-estar, telefonando para o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para o Sindicato, a postura dos bancos na nota mostra que não há interesse nas instituições financeiras em contribuir com o desenvolvimento do país.

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No início da noite de terça-feira 8, a Febraban divulgou uma segunda nota para dizer que o texto de Sardenberg não pode ser interpretado “como posicionamento oficial da entidade ou de seus associados”.

Em reunião com a equipe econômica do governo, Dilma discutiu o imbróglio e mandou o recado: não quer ouvir outras manifestações políticas da federação contra o governo. Para a presidenta, essa é a segunda investida da Febraban contra o seu governo. A primeira teria sido uma declaração do presidente da federação, Murilo Portugal, após participar de um encontro com autoridades em Brasília, no início de abril, para apresentar propostas dos banqueiros para a redução de juros. O executivo afirmou que a bola, a partir de então, estaria com o governo.

Bradesco e Itaú – Após o mal-estar, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, disse ao ministro Mantega que o banco “mantém o apoio ao projeto do governo” e avaliou que “a oportunidade das propostas apresentadas é inquestionável”. Afirmou ainda que o banco está analisando opções e caminhos e que absorve as cobranças (do governo) com naturalidade.

Já o presidente do Itaú, Roberto Setúbal, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que revisou as taxas de juros de empréstimos do banco, fez ajustes e continuará ajustando à medida que a Selic caia. Financiamento de automóveis e crédito pessoal também devem entrar na roda de redução de taxas da instituição.

Ambos afirmam também preparar novas reduções de juros para empresas e pessoas físicas.


Redação com informações de O Estado de S. Paulo - 9/5/2012

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