São Paulo – O setor que mais lucra no Brasil continua sendo um dos que menos emprega. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, no primeiro trimestre deste ano as instituições financeiras foram responsáveis por apenas 3.614 postos do total de 702.059 empregos gerados no país, ou seja, 0,5%.
Nos três primeiros meses deste ano, os bancos admitiram 32.459 trabalhadores, mas também demitiram 28.845 (uma variação de 0,55%), o que comprova mais uma vez a grande rotatividade no setor. É importante lembrar que, no mesmo período, a soma dos lucros dos cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa) alcançou a cifra de R$ 12 bilhões.
O Sindicato ressalta que diante dos lucros astronômicos é inadmissível os bancos criarem tão poucos empregos, continuarem demitindo e apostando na rotatividade como estratégia de economizar ainda mais em mão de obra, já que afastam bancários com mais experiência e maiores salários para contratar outros no lugar com remuneração menor.
A categoria bancária está entre as que mais adoece pela pressão nos locais de trabalho. Mais bancários significaria trabalhar em melhores condições e com atendimento de mais qualidade à população.
Abril – No mês de abril, as instituições financeiras contrataram 8.706 trabalhadores e demitiram 7.313, gerando 1.393 postos de trabalho, ou seja, uma variação de apenas 0,21%. No mesmo período o país criou 216.974 postos, mas a contribuição do setor não chegou nem a 1% desse total, sendo de apenas 0,64%.
Serviços – Quando comparamos o saldo de empregos do setor financeiro em relação aos outros ramos de serviços, eles também dão vexame. Do total de postos criados no primeiro trimestre (362.222 postos no setor de serviços), os bancos foram responsáveis por apenas 1%.
São os que menos empregam entre todas as atividades de serviços. Para ter uma ideia, o segundo pior resultado, que é o de serviços médicos e odontológicos, empregou 39.786 pessoas entre janeiro e abril deste ano, ou seja, mil por cento a mais do que as mais lucrativas empresas do país.
Andréa Ponte Souza - 18/5/2012
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Dados do Caged para o primeiro trimestre de 2012 apontam que setor mais lucrativo do país continua sendo um dos que menos cria postos de trabalho
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