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Instituições financeiras são patinho feio no Caged

Linha fina
Dos 26 segmentos econômicos analisados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, somente bancos e indústrias de materiais elétricos demitiram em abril
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São Paulo – As instituições financeiras brasileiras compõem um dos únicos dois setores da economia que demitiram no mês de abril, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O setor, com seus lucros bilionários, tem de “agradecer” às indústrias de materiais elétricos, já que só elas conseguiram números ainda mais vexatórios.

De acordo com o Caged, divulgado na terça 21, as instituições financeiras fecharam 107 postos de trabalho com carteira assinada, reduzindo o saldo em 0,02%. Os industriais fecharam 154 vagas formais, rebaixando o saldo em 0,05%.

Os dados gerais do segmento de serviço, no qual estão classificadas as instituições financeiras, mostram que o momento está para contratações, já que todos os outros seis componentes aumentaram seus saldos. Destaque para Transportes e Comunicações, com aumento de quase 22 mil vagas (1,01%), e Ensino, 14 mil postos (0,92%). No geral, o segmento, apesar do prejuízo causado pelas instituições financeiras, aumentou seu contingente de trabalhadores em 75 mil postos, ou 0,46%.

Se a comparação for levada para outros segmentos, como o de Agricultura, o desempenho dos bancos se mostra ainda pior. No campo, são quase 25 mil trabalhadores a mais, aumento de 1,59%. Construção Civil gerou 32.921 vagas, ampliando o saldo em 1,03%; Indústria Química e Produção Farmacêutica e Veterinária saltou 1,39%.

No geral, o Brasil gerou 196.913 postos formais de trabalho em abril, ampliação de 0,49% em relação ao mês anterior.

Social x Capital – Em nota técnica sobre o setor financeiro, o Dieese avalia que diante do cenário de investidas do governo contra os juros, as tarifas, além da queda da Selic, os bancos podem apostar em dois caminhos. Um deles, adotado pela Caixa Federal e Banco do Brasil, é o da ampliação do crédito para compensar a perda da rentabilidade. O outro seria o da busca pelo chamado índice de eficiência, que compensaria o menor spread com corte de custos: opção adotada pelo Itaú, Bradesco e Santander.

Reportagem do jornal Valor Econômico, publicada em 2 de maio, destaca que os três bancos, os maiores privados do Brasil, extinguiram, em um ano, 10.217 postos de trabalho, aumentando as despesas administrativas e de pessoal em índice menor que a inflação do período.


Redação – 22/5/2013

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