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Jornada de luta do Santander percorre Paulista

Linha fina
Dirigentes conversaram com bancários e alertaram os clientes sobre gestão que prioriza lucros por meio da redução de custos e demissões
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São Paulo – Chegou a vez dos bancários e clientes do Santander na Avenida Paulista receberem os protestos da Jornada de Lutas contra a atual gestão adotada pelo banco. Dirigentes sindicais percorreram nesta quinta-feira 22 as agências do principal centro financeiro de São Paulo denunciando a política de corte de custos por meio das demissões e da precarização do atendimento.

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Os dirigentes sindicais apresentaram dados que atestam que o banco espanhol cortou quase cinco mil postos de trabalho em 2013 no Brasil, ao mesmo tempo em que ganhou três milhões de novos clientes. Os sindicalistas também levaram cheques de um metro de comprimento representando os elevados ganhos mensais de um alto executivo: quase R$ 460 mil.

“A impressão que dá é que os diretores só querem saber de enriquecer e não estão nem aí para o banco, para os clientes e para nós”, opinou um escriturário. “É Tipo ‘vamos ganhar dinheiro até onde der e depois caímos fora’. É uma visão predatória”, completa.

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“Aqui nessa agência eram 12 coordenadores. Agora são cinco”, afirmou outro bancário, em meio a mesas desocupadas. “Eu trabalho há oito anos aqui, vim do Banco Real e as coisas só pioraram de lá para cá.”

“A carga de trabalho não é condizente com o salário. É meta atrás de meta. Temos que fechar antes do dia 30 e se não bater, é rua. Isso mexe muito com a nossa cabeça. A diretoria precisa perceber como isso atrapalha o nosso trabalho”, desabafou outro bancário.

Durante os atos, dirigentes sindicais fizeram a leitura de um manifesto. Houve também a distribuição do jornal Sindical Santander e de cartas-manifesto aos clientes, que se envolveram na luta, assinando pedido de mais contratações e redução das tarifas.

As centenas de cartas evidenciam o descontentamento dos correntistas com o banco. “Não aguento mais pagar para esperar”, se queixou uma cliente. “É um absurdo, pois já fiquei mais de duas horas para ser atendida”, afirmou outra. “Hoje é a terceira vez que tento ser atendida e provavelmente vou sair sem o atendimento”, reclamou uma terceira.

As cartas com essas reclamações serão entregues, juntas a outras centenas, ao presidente do Santander, Jesús Zabalza, em ato previsto para o dia 27, na sede do banco.

“As opiniões dos clientes e bancários são a maior comprovação de que a gestão atual do Santander é equivocada. Não à toa, o banco está sempre no topo do ranking de reclamações do Banco Central e teve redução de quase 10% do seu lucro no ano passado. É preciso rever essa política de corte de custos por meio das demissões e da precarização do atendimento”, cobra a dirigente sindical Wanessa Queiroz.

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Redação – 22/5/2014

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