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1º de Maio lança frente contra o retrocesso

Linha fina
Presidente da CUT aponta necessidade de unidade e anuncia manifestação para 29 de maio
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São Paulo – O 1º de Maio popular e de luta não deu mole aos inimigos da classe trabalhadora, que foi ao Vale do Anhangabaú para rechaçar o Projeto de Lei (PL) 4330 da terceirização sem limites e também para defender direitos, a Petrobrás, reforma política com o fim do financiamento empresarial de campanha e a favor da democracia.

> Vídeo: matéria da TVB sobre 1º de Maio

A violência contra os movimentos sociais também foi alvo de críticas em todas as intervenções no ato político, realizado por centrais sindicais e movimentos sociais em São Paulo. Mais de 60 mil pessoas estiveram no Vale.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas (foto abaixo), disse que o Dia do Trabalhador é o primeiro passo para a formação de uma frente da esquerda em defesa de temas da agenda progressista. “Esse 1º de Maio lança a frente nacional unitária da esquerda do Brasil para lutar por moradia, reforma agrária, educação e em defesa dos direitos dos negros, jovens e movimento LGBT”, definiu.

Freitas também anunciou um dia nacional de paralisação, em 29 de maio. “Nós temos um calendário de luta para apresentar ao povo brasileiro. Dia 29 de maio nossa mobilização vai preparar o país para uma greve geral. Será uma greve geral contra retirada de direitos e a agenda conservadora. Não é contra ou a favor de governo ou partido político”, disse Vagner, que em seguida explicou que a data para a greve geral ainda será definida, pois depende de o PL 4330 ser aprovado ou não no Senado.

A agenda de lutas proposta pelos movimentos sindical e social prevê, além da retirada do PL 4330 de tramitação, a luta por outras reivindicações. “Nós somos contra as MPs 664 e 665, porque achamos que retira direitos da classe trabalhadora. Estamos nos manifestando pela reforma política, para acabar com o financiamento privado, que faz com que tenhamos mais de 400 deputados que são empresários ou estão sendo mandados por empresários. Nós queremos uma mídia democratizada, onde todos tenham liberdade de expressão”, explicou Vagner.

O presidente da CUT lembrou, ainda, da importância de se defender a Petrobrás e a luta contra a corrupção. “A Petrobras é patrimônio brasileiro.”

Artistas têm lado – O ato político no Vale do Anhangabaú contou com a participação de diversos artistas, conhecidamente engajados na luta social. Com múltiplos sotaques e ritmos, Alceu Valença, GOG, Leci Brandão, Rappin' Hood e Thobias da Vai-Vai tocaram por mais de seis horas e falaram sobre temas como a redução da maioridade penal, vida na periferia e o papel da música na transformação da sociedade.

O pernambucano Alceu Valença defendeu o fim do financiamento empresarial de campanha eleitoral para ampliar a democracia. “Eu acho que a democracia precisa se aprimorar e, para isso, é necessário uma reforma política, como eu disse há muitos anos. Eu não gosto de uma eleição patrocinada por empresas, eu nunca gostei. É necessário abrir mais os canais que são do governo – rádio e televisão –, ter um horário para se discutir política para que nós estejamos preparados.”

Militante da luta racial, o rapper GOG, de Brasília, que já foi cotado para assumir a Secretaria de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), saudou o 1º de Maio como um dia de luta. “A década de 1980 foi quando começamos a preparar o revide. Com o movimento Hip Hop, o nascimento do PT e a CUT, depois, mais tarde, o MST. Hoje, esse 1º de maio de luta, é reflexo dessa força.”

Sambista e deputada estadual, Leci Brandão falou sobre a PEC 171/1993, que pretende reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos. “A gente teria que se preocupar em criar e construir escolas para evitar que a juventude tente outros caminhos. Temos que ter mais gente nas salas de aula, respeito e salário digno aos professores, para que possam ensinar essa molecada. Porque quem tem conhecimento, tem sabedoria e quem tem sabedoria, cresce. E quem não tem nada, a gente não sabe o que irá acontecer.”

Também representante do movimento hip hop, Rappin' Hood não nega suas origens e, no palco, lembrou dos que saem cedo de casa para trabalhar, a exemplo do que é retratado na música Suburbano, e criticou o PL 4330, que amplia a terceirização no Brasil.

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Luiz Carvalho, Walber Pinto, Vanessa Ramos e Igor Carvalho, com edição da Redação - 4/5/2015

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