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São Paulo – “O que eles querem é restringir os direitos dos trabalhadores para ter custo menor com mão de obra. E o problema não é só no banco. Tenho projeto de fazer concurso público, mas fico me perguntando: se esse projeto passar ainda vai ter concurso público?”, questiona um bancário do Bradesco. Com apenas 22 anos de idade e dois de banco, o jovem trabalhador está preocupado com seu futuro profissional, diante da ameaça do projeto de lei da terceirização, aprovado pela Câmara dos Deputados e que agora está sendo apreciado pelo Senado.
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“Sou totalmente contra! As empresas vão aproveitar para terceirizar tudo. Nossos empregos e nossos direitos estão ameaçados”, diz outra trabalhadora do Bradesco, com 27 anos de casa.
Os depoimentos são de trabalhadores que participaram do protesto no centro de São Paulo na sexta 29, que fechou dezenas de agências nas ruas Boa Vista, 15 de Novembro, São Bento, Líbero Badaró, Barão de Itapetininga, 24 de Maio e 7 de Abril, além dos entornos da Praça da Sé, Praça da República e Vale do Anhangabaú. Os bancários cruzaram os braços pelo Dia Nacional de Paralisação, que conta com adesão de outras categorias além de movimentos sociais.
Ameaça – “Já fui terceirizada da Caixa há uns 10 anos e lembro muito bem como era: ganhava salário mínimo, não tinha ticket, não tinha horário pra sair, e nem recebia hora extra”, conta uma trabalhadora que conseguiu voltar ao banco como concursada. “Naquela época tinha muito terceirizado no banco, como eu, que exercia a função de caixa. Foi a luta contra a terceirização que reverteu isso. Mas se o projeto passar eles voltam a terceirizar tudo de novo”, opina.
“Entrei na Caixa em 2006 e ainda convivi com alguns terceirizados. Não tenho dúvidas de que esse projeto ameaça os empregos dos bancários”, diz outra empregada do banco público.
Perdem todos – A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, destacou a bancários e à população, em frente a uma agência fechada do Bradesco, que o PL da terceirização é um perigo para toda a sociedade. “Os terceirizados ganham menos e trabalham muito mais. No setor financeiro, eles chegam a ganhar 70% menos que os bancários e alguns chegam a trabalhar 14 horas por dia. Recebem tickets de R$ 10, alguns de R$ 4. Além disso, por conta das condições precárias de trabalho, os terceirizados adoecem muito mais.”
Com tudo isso, acrescentou Juvandia, a renda dos trabalhadores cai, cai o consumo das famílias e a arrecadação da Previdência. “Ou seja, é ruim para toda a sociedade. Se esse projeto passar no Senado, vamos fazer uma greve geral”.
Outras bandeiras – Juvandia também falou sobre as demais bandeiras do Dia Nacional de Paralisação. “Precisamos de uma reforma política que acabe com o financiamento de empresas para campanhas. Não essa reforma que o Eduardo Cunha (deputado federal, presidente da Câmara) está querendo passar”, disse, referindo-se à manobra feita pelo parlamentar peemedebista na quarta-feira 27, e que acabou por aprovar a doação de empresas a partidos. “Os deputados têm que representar seus eleitores, o povo, e não as empresas que deram dinheiro pras suas campanhas”, ressaltou.
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A dirigente também destacou que os trabalhadores são favoráveis à fórmula 85/95, como alternativa ao fator previdenciário que tanto prejudica as aposentadorias. A fórmula já foi aprovada pelo Senado e agora segue para a sanção da presidenta da República. “Queremos que Dilma sancione o 85/95”, disse.
Durante as manifestações, o Sindicato distribuiu Jornal do Cliente esclarecendo sobre as bandeiras do Dia Nacional de Paralisação e divulgando contatos de deputados e senadores para que todos possam protestar por seus direitos.
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Andréa Ponte Souza – 29/5/2015
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Ameaça – “Já fui terceirizada da Caixa há uns 10 anos e lembro muito bem como era: ganhava salário mínimo, não tinha ticket, não tinha horário pra sair, e nem recebia hora extra”, conta uma trabalhadora que conseguiu voltar ao banco como concursada. “Naquela época tinha muito terceirizado no banco, como eu, que exercia a função de caixa. Foi a luta contra a terceirização que reverteu isso. Mas se o projeto passar eles voltam a terceirizar tudo de novo”, opina.
“Entrei na Caixa em 2006 e ainda convivi com alguns terceirizados. Não tenho dúvidas de que esse projeto ameaça os empregos dos bancários”, diz outra empregada do banco público.
Perdem todos – A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, destacou a bancários e à população, em frente a uma agência fechada do Bradesco, que o PL da terceirização é um perigo para toda a sociedade. “Os terceirizados ganham menos e trabalham muito mais. No setor financeiro, eles chegam a ganhar 70% menos que os bancários e alguns chegam a trabalhar 14 horas por dia. Recebem tickets de R$ 10, alguns de R$ 4. Além disso, por conta das condições precárias de trabalho, os terceirizados adoecem muito mais.”
Com tudo isso, acrescentou Juvandia, a renda dos trabalhadores cai, cai o consumo das famílias e a arrecadação da Previdência. “Ou seja, é ruim para toda a sociedade. Se esse projeto passar no Senado, vamos fazer uma greve geral”.
Outras bandeiras – Juvandia também falou sobre as demais bandeiras do Dia Nacional de Paralisação. “Precisamos de uma reforma política que acabe com o financiamento de empresas para campanhas. Não essa reforma que o Eduardo Cunha (deputado federal, presidente da Câmara) está querendo passar”, disse, referindo-se à manobra feita pelo parlamentar peemedebista na quarta-feira 27, e que acabou por aprovar a doação de empresas a partidos. “Os deputados têm que representar seus eleitores, o povo, e não as empresas que deram dinheiro pras suas campanhas”, ressaltou.
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Andréa Ponte Souza – 29/5/2015