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Sem proposta do governo de SP para o SindSaúde

Linha fina
Segundo comissão de negociação, secretário David Uip se limita a empurrar para o Palácio dos Bandeirantes as respostas às reivindicações dos trabalhadores, que podem ir à greve
Imagem Destaque
São Paulo – A reunião entre a comissão de negociação do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) e o secretário estadual da Saúde, David Uip, na quinta 14, terminou sem trazer avanços à negociação entre trabalhadores e o governo Alckmin. De acordo com o presidente do sindicato, Gervásio Foganholi, o titular da pasta da Saúde se limitou a receber as reivindicações dos trabalhadores, – em campanha salarial desde o começo de março.

"Sem dar nenhuma resposta à nossa pauta, o secretário afirmou que há queda na arrecadação estadual e que a extinção da Secretaria da Gestão nesse novo governo Alckmin transferiu para as secretarias de Planejamento e de Governo decisões relativas aos recursos humanos da Secretaria de Saúde", disse o dirigente.

David Uip nada prometeu aos trabalhadores e, conforme o dirigente, justificou que não tem autonomia para discutir assuntos financeiros, entre eles a concessão de aumento aos servidores. "Disse apenas que dará uma resposta assim que a receber do Palácio (dos Bandeirantes, sede do governo paulista)".

Questionado pelo SindSaúde sobre sobras no Orçamento calculadas pelo Dieese, que permitiriam a correção salarial, o secretário sinalizou que não deveria passar de 0,5%. A categoria reivindica aumento de 7,84%, que corresponde à reposição das perdas salariais acumuladas entre março de 2011 e fevereiro de 2014, reposição da inflação entre março de 2014 e fevereiro de 2015 e aumento real de 2%.

"Como tem apenas 0,5% para a Saúde se o estado conseguiu dar 6,65% para os trabalhadores da Fundação Casa, em recente negociação?", questiona.

Para Foganholi, o desinteresse do governo Alckmin em negociar empurra os trabalhadores para a greves. Uma paralisação der 48 horas nos dias 26 e 27 já foi definida em assembleia. E no dia 27, uma nova assembleia vai decidir os rumos do movimento.

Reivindicações - Além do reajuste salarial de 7,84% – e o cumprimento da data-base –, os trabalhadores querem reajuste do vale refeição, de R$ 8 para R$ 31 e que este seja concedido considerando trinta dias corridos, nas férias e também durante as licenças médicas, sem teto salarial; prêmio de incentivo, com valor reajustado de forma isonômica; e equiparação do valor de gratificações às pagas em outros setores do estado.

Em 2014, o governo concedeu reajuste de 7% no salário base para a área administrativa, e prêmio de incentivo para a área técnica. No movimento de 2013, prometeu equiparar os salários dos servidores da saúde  com salários pagos no mercado por funções semelhantes. Mas concedeu reajuste apenas para parte da categoria. “Não houve equiparação com a média de mercado, como prometeu.”

A pauta ampla da campanha salarial ampla aspectos sociais, como a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), o fim das Organizações Sociais na gestão da saúde pública, bem como das fundações e da terceirização; a realização de concursos públicos; e a concessão da licença maternidade por 180 dias a todas as trabalhadoras da saúde pública vinculadas à Secretaria da Saúde, inclusive durante estágio probatório.


Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual - 15/5/2015
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