A CCV (Comissão de Conciliação Voluntária) e CCP (Comissão de Conciliação Prévia) do Banco do Brasil em São Paulo estão atrasadas. As comissões permitem que o funcionário reivindique direitos junto ao banco antes de ingressar com ações na Justiça. Já há bancários procurando o Sindicato com interesse de participar, mas o setor do BB responsável, a Gepes (Rede de Gerências Regionais Gestão de Pessoas) não tem cumprido o cronograma necessário para que as reuniões ocorram, devido à redução de quadro e ampliação de tarefas sob responsabilidade da área.
O Sindicato dos Bancários atribui o atraso também à opção política do gestor da unidade Gepes-SP, empossado no ano passado. “A nova gerência está mais preocupada em promover uma gestão baseada no assédio moral e na pressão pelo cumprimento de metas abusivas. Já procuramos diversas vezes a Gepes, mas as reuniões são inócuas, bem diferentes da postura e compromisso que tínhamos com os gestores anteriores”, diz Sílvia Muto, dirigente sindical e bancária do BB.
Segundo denúncias, o gerente-geral recentemente realizou diversas reuniões com superintendentes nas agências pressionando os bancários por resultados. “Chegou inclusive a dizer que eles não precisavam mais se preocupar com a ouvidoria do banco, que isso ele ‘matava no peito’, ou seja, deu carta branca para a prática do assédio moral, ridicularizando e colocando em cheque a seriedade de uma ferramenta do próprio banco”, acrescenta a dirigente.
Silvia destaca ainda que a mudança nas políticas e nas prioridades da Gepes-SP são essenciais para mostrar o respeito aos funcionários do BB, uma vez que a gestão de pessoas tem por princípios a busca de relações de trabalho baseadas em compromissos éticos. "O atraso nos processos de conciliação são apenas mais um exemplo de que os compromissos do atual gestor passam longe do código de ética e do respeito aos funcionários do BB. Infelizmente estamos à mercê dos desejos de um gestor que foi colocado à frente da maior Gepes do país” conclui a dirigente.