Diante da mobilização dos últimos dias de caminhoneiros e petroleiros, o Sindicato solicitou à direção do Banco do Brasil que os administradores facilitem os abonos, quando houver necessidade, das ausências ocorridas de funcionários devido aos problemas de abastecimento de combustível. O banco respondeu por meio de uma nota por meio da qual pede bom senso aos administradores em meio às dificuldades que os trabalhadores enfrentam para chegar aos locais de trabalho.
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O secretário Jurídico do Sindicato e bancário do BB, João Fukunaga, lembra que bancários que de alguma forma forem prejudicados com decisões arbitrárias de gestores ou do banco neste momento, podem procurar o Sindicato por meio dos canais de denúncia. O sigilo é garantido. “É uma situação atípica da nossa classe, e pedimos que denunciem abusos”, salienta.
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Desmonte das empresas públicas
O dirigente lembra que o aumento abusivo dos combustíveis, por meio de uma política entreguista do governo ilegítimo de Temer, atende a interesses escusos internacionais. E traz à tona o atual cenário de desmonte das empresas públicas no Brasil. Com isso, o Brasil se torna altamente vulnerável a efeitos externos, reduzindo sua capacidade de intervenção sobre os preços.
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No caso dos combustíveis, os preços foram alinhados aos valores do mercado internacional de petróleo em outubro de 2016, quando Pedro Parente assumiu a Petrobras, para garantir maior lucro aos acionistas e mais importações de combustível refinado, com a redução proposital da capacidade de operação das refinarias no Brasil. Desde o golpe, foram 216 reajustes, 16 deles somente entre o período de 22 de abril e 22 de maio, com aumentos de mais de 50% nos preços da gasolina e do diesel.
“O que o governo faz é transformar uma empresa estratégica para o desenvolvimento econômico e social como a Petrobras numa companhia subalterna aos interesses do mercado internacional, por meio de uma política entreguista. Com o BB, o governo não age diferente. Há um desmonte e uma tentativa de sucateá-lo para agradar os rentistas interessados numa empresa também estratégica e lucrativa”, salienta João Fukunaga.
O dirigente lembra que, no atual cenário, é o trabalhador brasileiro por meio de um grande impacto no seu custo de vida, como consumidor final, quem mais sofre com essa política desastrosa e entreguista, que privilegia também os grandes acionistas das empresas públicas.
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