A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em nome do Comando Nacional dos Bancários, entrou em contato com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na manhã da segunda-feira 28 e solicitou que os bancos abonem as ausências ocorridas devido aos problemas de abastecimento de combustível. Para a Contraf-CUT, os trabalhadores não podem ser prejudicados pelos erros de gestão do governo ilegítimo de Temer.
No final da tarde, a Fenaban retornou ao Comando dos Bancários informando que os cinco maiores bancos já assumiram compromisso de reorientar seus gestores: os bancários que tiverem problemas devem entrar em contato com sua chefia que avaliará caso a caso.
> Fortaleça a luta por seus direitos
“Solicitamos, ainda, que, nos casos em que a dispensa não for possível, os trabalhadores possam trabalhar em unidades mais próximas às suas residências”, afirma Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT.
A entidade repudia qualquer forma de pressão sobre os bancários que não conseguirem chegar aos seus locais de trabalho devido à falta de transportes coletivos e de combustível para abastecer seus veículos. E também repudia pressão para que os trabalhadores utilizem bicicletas ou outros veículos não motorizados.
> Itaú economiza e manda bancários irem de ‘bike’ ao trabalho
> Abono ausência: Sindicato cobra e BB pede bom senso aos administradores
O uso da bicicleta não é alternativa para um problema nacional de grandes dimensões. Trata-se de uma alternativa amadora, que não leva em conta a condição física e de saúde dos trabalhadores, tampouco as grandes distâncias que precisam ser percorridas para que muitos deles cheguem aos locais de trabalho”, critica Juvandia.
Contra a política de reajuste dos combustíveis
A Contraf-CUT apoia as mobilizações dos caminhoneiros, que pedem a redução do preço do diesel e o aumento da tarifa do frete, entre outras reivindicações, assim como a dos petroleiros, que reivindicam a redução dos preços de todos os combustíveis e a mudança da política de reajuste de preços dos derivados de petróleo.
Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) explica que a atual política de reajuste, que fez os preços dos combustíveis dispararem, é reflexo direto do maior desmonte da história da Petrobras.
Segundo a FUP, a gestão de Pedro Parente onera o consumidor brasileiro para garantir o lucro de grandes investidores que especulam no mercado financeiro a partir das ações da empresa. Além disso, ainda obriga a Petrobras a abrir mão do mercado nacional de derivados para as importadoras, que hoje são responsáveis por um quarto de todos os combustíveis comercializados no país.
> Nova proposta de Temer aos caminhoneiros ignora política de preços da Petrobras
> Temer e Parente são os culpados pelos preços abusivos dos combustíveis
A Federação Única dos Petroleiros afirma, ainda, que o número de importadoras de derivados quadruplicou nos últimos dois anos, desde que Parente adotou preços internacionais para o combustível vendido no país. Em 2017, segundo a FUP, o Brasil foi inundado com mais de 200 milhões de barris de combustíveis importados, enquanto as refinarias, por deliberação do governo Temer, estão operando com menos de 70% de sua capacidade.
“O povo brasileiro é quem paga a conta do desmonte da Petrobras, por meio de preços cada vez mais altos dos combustíveis, da mesma forma que é prejudicado com o desmonte dos bancos públicos”, observa Juvandia.
> Assista ao vídeo da Federação dos Petroleiros, que explica a crise de abastecimento no Brasil