Ao invés de oferecer uma solução mais segura enquanto durar a greve dos caminhoneiros, o Itaú joga a responsabilidade do transporte no colo dos bancários e sugere que os mais de 90 mil trabalhadores espalhados pelo Brasil vão trabalhar de carona ou bicicleta.
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As bicicletas citadas na nota do banco aos funcionários são aquelas patrocinadas pela instituição e que ficam à disposição apenas para passeio, já que não possuem itens de segurança para grandes trajetos.
Segundo o funcionário do Itaú e diretor do Sindicato, Wagner Fantini, essa atitude do Itaú é de total irresponsabilidade já que o banco quer os bancários trabalhando, mas, em um momento de extrema urgência, não oferece uma opção de transporte seguro.
“Pedalar em São Paulo não é tão simples assim. Primeiro, as grandes ciclovias implementadas na gestão do Hadadd foram praticamente extintas e as que restaram estão em péssimas condições de utilização, pois não há manutenção na gestão do PSDB”, afirma o dirigente.
Fantini faz ainda outro questionamento sobre o trecho da nota do banco que fala em “mínimas atitudes podem gerar impactos significativos na vida das pessoas”.
“Cadê as mínimas atitudes do banco em relação aos seus 'colaboradores'? Como ficam os bancários que precisam se deslocar de casa para o trabalho e vice-versa, sem ajuda do banco? O Itaú que lucra tanto em cima do trabalho dos bancários deveria se envergonhar de dar essas sugestões colocando a vida e integridade física do trabalhador em risco”, afirma.
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O dirigente ainda lembra que o banco teve lucro de mais de R$ 6 bilhões no primeiro trimestre e teria plenas condições de fretar ônibus ou disponibilizar táxis para os bancários se deslocarem com segurança.