O lucro líquido da Caixa Econômica Federal no primeiro trimestre de 2018 foi de R$ 3,2 bilhões, o maior lucro trimestral já alcançado pelo banco público. O resultado, divulgado na quinta-feira 24, representa aumento de 114,5% em 12 meses.
Entre os fatores que contribuíram para esse crescimento estão a redução em 39% nas despesas de intermediação financeira e a diminuição do quadro de funcionários que a Caixa vem promovendo desde 2017.
As despesas de pessoal apresentaram redução de 4,6%. Excluída a PLR, a queda é de 12,5% em relação ao mesmo período de 2017. O principal item que explica essa queda é a redução de gastos com salários dos funcionários, com queda de 15%.
Entre o primeiro trimestre de 2017 e o primeiro trimestre de 2018, a Caixa fechou 4.794 postos de trabalho e ainda diminuiu em 698 o número de estagiários e aprendizes. Apenas nos últimos três meses, o número de postos de trabalho fechados foi de 1.320.
Para a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, a redução do número de empregados é prejudicial e injustificada, uma vez que a receita do banco só com o que cobra dos clientes pode perfeitamente cobrir a folha de pagamento. As receitas de tarifas e prestação de serviços chegaram a R$ 6,4 bilhões, o que representa aumento de 6,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Apenas com essa receita, a Caixa cobre 113% do total das despesas de pessoal – inclusive PLR.
“Essa política de enxugamento do banco revela a intenção do governo em privatizá-lo. Querem passar a imagem de que o banco é ineficiente, mas os balanços mostram o contrário, que a Caixa é extremamente rentável, apesar do desmonte que fazem na instituição há dois anos”, afirma Ivone. “Essas medidas, além de prejudicar a saúde dos empregados, que ficam sobrecarregados, interfere também na qualidade do atendimento, causando filas nas agências e transtornos para toda a população. Os bancos públicos desempenham um papel fundamental na economia brasileira, pois são um importante instrumento de política econômica e de promoção ao desenvolvimento econômico e social”, argumenta Ivone.
Nos últimos 12 meses, a Caixa fechou 25 agências e 37 postos de atendimento.
Crédito segue em queda
A carteira de crédito da Caixa apresentou recuo de 2,1% em 12 meses, sendo 25,2% no segmento pessoa jurídica e 11,5% no segmento pessoa física, linhas que exigem maior alocação de capital. Em relação ao crédito rural, a redução foi de 6,8%.
A carteira imobiliária, por outro lado, alcançou saldo de R$ 433,1 bilhões, o que representa crescimento de 4,9% em 12 meses. Desse saldo, R$ 243,4 bilhões foram concedidos com recursos FGTS, aumento de 14,8%, e R$ 190,0 bilhões com recursos SBPE, que recuaram 5,5% em 12 meses. As operações de saneamento e infraestrutura aumentaram 4,7% em 12 meses totalizando R$ 82,7 bilhões em março de 2018.