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Itaú muda regras e aumenta a taxa do crédito imobiliário para funcionários

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Itaú muda regras e aumenta a taxa do crédito imobiliário para funcionários

O Itaú aumentou, a partir deste mês de maio, a taxa de juros cobrada dos próprios funcionários no crédito imobiliário. A taxa sobe de 9,75% para 11,09% a.a., mas os trabalhadores têm até o dia 9 de maio para enviar a documentação com a taxa antiga.

A condição diferenciada, regida pela PR-580, também teve suas regras alteradas: a partir deste aumento, a taxa de juros acompanhará as mesmas condições dos clientes dos segmentos Itaú Agências, Uniclass e Personnalité, mas sempre com desconto de 1% a.a.

"A mudança, apesar de acompanhar o aumento da taxa básica da economia, representa um retrocesso, pois diminuiu a diferença entre as taxas para os públicos interno e externo. Por exemplo, em 2023, quando a taxa de juros para cliente era de 10,5%, a taxa para funcionários era de 8%, uma diferença anual de 2,5%", ressalta Edegar Faria, coordenador do coletivo Itaú no Sindicato dos Bancários SP.

O dirigente sindical também chama a atenção para a projeção das taxas com o passar do tempo: "Se as regras anunciadas já estivessem em vigor em 2023, a taxa para bancários da instituição seria de 9,5%."

Taxa Selic

Em janeiro, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa Selic em um ponto percentual, para 13,25% ao ano. Com mais este aumento, o país manteve a segunda posição no ranking mundial de juros reais (9,18%), atrás apenas da Argentina (9,36%), que terminou 2024 com inflação de 118%, ante 4,83% (IPCA) no Brasil. Atualmente, a Selic está em 14,25% e o BC não descarta novos aumentos.

Um levantamento realizado pelo UOL revela que, desde 2021, o mercado errou 95% das previsões relacionadas ao Ibovespa, à taxa de juros Selic, ao PIB (Produto Interno Bruto) do país, à variação do dólar e à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

"É curioso observar que o mercado se comporta como se a inflação fosse causada por demanda. Entretanto, quando fatores como preços internacionais, combustíveis ou alimentos são o problema, subir juros não resolve, só agrava o problema social. Mas sabemos a quem serve esse aumento da Selic: juros altos beneficiam os rentistas, quem vive de renda financeira, e penalizam quem precisa de crédito, ampliando a desigualdade", complementa Edegar.

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