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Banco Central mantém Selic em 15% ao ano em meio à guerra tarifária

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Imagem mostra protesto pela redução dos juros

O Comitê de Políticas Econômicas (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa Selic em 15% ao ano. A decisão tomada na noite desta quarta feira 30 ocorre depois de sete ciclos de alta e em meio a uma guerra tarifária mundial iniciada pelo presidente estadunidense Donald Trump, que atualmente tem o Brasil como alvo principal.

Segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, a taxação em 50% dos produtos brasileiros exportados aos EUA pode reduzir o Produto Interno Bruto em 0,16% e eliminar 110 mil empregos. Os setores industriais e agropecuários seriam os mais afetados pelas medidas tarifárias.

Nesta mesma quarta-feira 30, Trump assinou um decreto elevando o valor total das tarifa para 50%. As taxas entrarão em vigor em sete dias. O decreto, contudo, isenta determinados alimentos, minérios e produtos de energia e aviação civil, entre outros.

“A Selic em 15% ao ano tem o potencial de prejudicar ainda mais o crescimento da economia brasileira, já que uma taxa tão elevada de juros desestimula o investimento na economia real, seja por causa do encarecimento absurdo do crédito, seja porque é mais vantajoso e seguro para quem tem capital aplica-lo nos títulos da dívida pública ao invés de investi-lo em projetos reais”, afirma Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

“O Banco Central deveria se atentar ao cenário econômico mundial e iniciar a redução da taxa básica de juros a fim de estimular a economia do país e a geração de empregos. A reversão do ciclo de altas na Selic também ajudaria a fomentar o setor industrial que, no cenário externo, será muito afetado pela sanção econômica de Trump e, internamente, terá dificuldade de investir na produção e encontrar demanda em face da taxa de juros impraticável. Em resumo, os trabalhadores e suas famílias pagarão a conta da política econômica ‘independente’ e descolada do cenário internacional praticada pelo Banco Central”, finaliza Neiva.

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